Parcerias
para incluir estudantes transexual e travesti da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE) no mercado de trabalho, criação de uma
diretoria para assuntos LGBT e elaboração de um aplicativo para
celulares onde universitários gays lésbicas, bissexuais e trans
possam denunciar a homofobia praticada no campus. Essas ações fazem
parte da política LBGT da UFPE, lançada na segunda-feira pela
instituição. O documento, com cinco eixos de intervenções, foi
apresentado a estudantes, professores e servidores da universidade e
já entrou em vigor.
Aluna do primeiro período do curso de
psicologia, Verônica Valente, 25 anos, acredita que a política vai
melhorar a relação das universitárias trans com os colegas de
turma, professores e servidores técnico-administrativo. “Falta uma
reeducação para diminuir o preconceito. As campanhas ajudam a
aumentar o respeito”, afirmou a estudante que se matriculou com o
nome civil masculino, mas já entrou com um processo para usar o nome
social na universidade, aquele pelo qual se identifica e é
identificada pela sociedade.
Desde fevereiro deste ano, a
pessoa transexual e travesti que estuda na UFPE pode ter o nome
social nos registros acadêmicos. O anúncio aconteceu após a
travesti Maria Clara Araújo, 18 anos, protagonizar um ato inédito
na instituição. No começo do ano letivo, após matricular-se em
pedagogia, ela entrou com um requerimento na universidade pedindo
para ser chamada oficialmente pelo nome social.
“A conquista
do uso do nome social foi só o começo. Entregamos uma carta à
gestão da UFPE pedindo campanhas de combate à homofobia, o fomento
à pesquisa sobre a temática LGBT, a formação do quadro de
funcionários para sensibilizá-los sobre a questão. Esses pontos
estão sendo atendidos na política lançada”, destacou o estudante
de pós-graduação Cleyton Feitosa, 26, que faz mestrado em direitos
humanos no campus Recife.
A
política LGBT da UFPE é dividida em cinco eixos. O primeiro trata
de ações afirmativas, como a criação de uma diretoria para
assuntos LGBT, ligada à reitoria. O segundo eixo refere-se às ações
preventivas, entre elas, a realização de cursos de capacitação
dos servidores sobre a temática. No terceiro eixo, estão elencadas
as ações protetivas, como a criação da Ouvidoria da Diversidade,
que vai receber denúncias dos estudantes.
O quarto eixo traz
ações direcionadas à saúde, e o quinto reúne intervenções
relacionadas à pesquisa. “Os programas estão sendo criados
paralelamente à realização de campanhas educativas de
conscientização. O objetivo é reduzir as taxas evasão escolar das
pessoas trans”, destacou o reitor da UFPE, Anísio
Brasileiro.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/
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