sexta-feira, 22 de maio de 2015

Universidade Federal terá aplicativo para denúncias de homofobia no campus

Parcerias para incluir estudantes transexual e travesti da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no mercado de trabalho, criação de uma diretoria para assuntos LGBT e elaboração de um aplicativo para celulares onde universitários gays lésbicas, bissexuais e trans possam denunciar a homofobia praticada no campus. Essas ações fazem parte da política LBGT da UFPE, lançada na segunda-feira pela instituição. O documento, com cinco eixos de intervenções, foi apresentado a estudantes, professores e servidores da universidade e já entrou em vigor.


Aluna do primeiro período do curso de psicologia, Verônica Valente, 25 anos, acredita que a política vai melhorar a relação das universitárias trans com os colegas de turma, professores e servidores técnico-administrativo. “Falta uma reeducação para diminuir o preconceito. As campanhas ajudam a aumentar o respeito”, afirmou a estudante que se matriculou com o nome civil masculino, mas já entrou com um processo para usar o nome social na universidade, aquele pelo qual se identifica e é identificada pela sociedade.

Desde fevereiro deste ano, a pessoa transexual e travesti que estuda na UFPE pode ter o nome social nos registros acadêmicos. O anúncio aconteceu após a travesti Maria Clara Araújo, 18 anos, protagonizar um ato inédito na instituição. No começo do ano letivo, após matricular-se em pedagogia, ela entrou com um requerimento na universidade pedindo para ser chamada oficialmente pelo nome social.

“A conquista do uso do nome social foi só o começo. Entregamos uma carta à gestão da UFPE pedindo campanhas de combate à homofobia, o fomento à pesquisa sobre a temática LGBT, a formação do quadro de funcionários para sensibilizá-los sobre a questão. Esses pontos estão sendo atendidos na política lançada”, destacou o estudante de pós-graduação Cleyton Feitosa, 26, que faz mestrado em direitos humanos no campus Recife.


A política LGBT da UFPE é dividida em cinco eixos. O primeiro trata de ações afirmativas, como a criação de uma diretoria para assuntos LGBT, ligada à reitoria. O segundo eixo refere-se às ações preventivas, entre elas, a realização de cursos de capacitação dos servidores sobre a temática. No terceiro eixo, estão elencadas as ações protetivas, como a criação da Ouvidoria da Diversidade, que vai receber denúncias dos estudantes.


O quarto eixo traz ações direcionadas à saúde, e o quinto reúne intervenções relacionadas à pesquisa. “Os programas estão sendo criados paralelamente à realização de campanhas educativas de conscientização. O objetivo é reduzir as taxas evasão escolar das pessoas trans”, destacou o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro.

Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/




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