A
transexualidade é um assunto extremamente polêmico e muito menos
discutido do que deveria. Talvez por isso, por não entendermos
exatamente do que se trata, essa condição seja motivo de tantos
casos de preconceito.
Transexual
é aquela pessoa que nasceu com um determinado sexo, mas não se
identifica com ele. E esse transtorno mental e de comportamento leva
a pessoa a procurar tratamentos hormonais e até fazer cirurgias para
mudar o corpo. No Brasil, temos o exemplo da modelo internacional Lea
T, filha do famoso jogador de futebol, Toninho Cerezo. Ela nasceu no
corpo de um homem, mas sempre se entendeu como mulher e, há alguns
poucos anos, fez a cirurgia de troca de sexo. Mas, para ela, não
existe um lado bom em ser transexual. “Sou penalizada em tudo”,
contou a modelo em uma entrevista para o Fantástico.
Poderíamos
ficar horas e mais horas aqui discutindo sobre o quão complexa essa
condição pode ser. Mas, para entendê-la melhor, seus dramas e
dificuldades, vamos mostrar 10 histórias de crianças transexuais
dos Estados Unidos, Canadá e Argentina, que sabem o que são e não
tem medo de lutar por isso.
Crianças transexuais
10. A menina transexual que foi proibida de usar o banheiro feminino
Coy
Mathis nasceu com corpo de menino, mas desde os 18 meses de idade se
identificou como sendo menina. E, desde então, é tratada como tal.
A escola em que ela fez o jardim de infância estava completamente
ciente de seu caso, mas quando ela foi para a primeira série,
ocorreu um incidente. Coy, que se veste e é reconhecida em seu
passaporte e identidade como sendo do sexo feminino, foi impedida de
usar o banheiro das meninas. Segundo o comunicado que seus pais
receberam, ela deveria passar a usar o banheiro dos meninos, ou o dos
funcionários da escola.
Com
medo de que a filha sofresse ainda mais bullying das outras crianças,
os pais de Coy a tiraram da escola e entraram com um processo contra
a instituição. A decisão da corte norte-americana foi bem clara em
favor da garotinha: “Escolas não devem descriminar seus estudantes
e estamos contentes em dizer que Coy pode voltar para a escola e
enterrar essa história”.
9. A menina transexual que escreveu um livro sobre suas experiências
Com
apenas 13 anos de idade, Jazz Jennings já é uma pessoa muito bem
resolvida. Desde que ela se entende por gente, se considera uma
menina. Quando alguém queria elogiar algum comportamento dela e
dizia “bom menino”, ela corrigia dizendo que o certo era “boa
menina”. Aos 5 anos de idade, ela foi diagnosticada com Transtorno
de Identidade de Gênero (ou transexualismo) e, desde então, iniciou
o processo de transição para ser vista como uma menina.
Para
dividir com o mundo um pouco do que é ser transexual, Jazz escreveu
um livro chamado “I am Jazz” (“Eu sou Jazz”, em tradução
livre). Ela também é cofundadora honorária da “The Transkids
Purple Rainbow”, uma instituição de apoio a pessoas transexuais.
Agora,
na puberdade, ela está fazendo tratamentos hormonais para prevenir o
crescimento de pelos no corpo e outras características masculinas.
Mas confessa que namorar ainda é um problema. Ela, que naturalmente
se sente atraída por meninos, explica que se algum não a quiser por
conta de sua condição, é porque essa pessoa não é a certa para
ela.
8. A menina de 6 anos de idade que foi a primeira pessoa transexual com permissão para mudar de identidade na Argentina
Esse
caso ganhou bastante repercussão na mídia brasileira quando
aconteceu, em setembro de 2013.
Luana,
também conhecido como Lulu, se tornou a primeira (e mais jovem)
pessoa transexual a mudar de identidade na Argentina. De acordo com a
nova lei de identidade de gênero do país, as pessoas transexuais
agora têm o direito de serem reconhecidas pelo nome e sexo com os
quais se identificam.
A
mãe de Lulu, Gabriella, escreveu ao governador de Buenos Aires,
Daniel Scioli, bem como à presidente argentina Cristina Kirchner.
Ela disse que sua filha, apesar de ter nascido homem, se identificava
como uma menina desde o momento em que foi capaz de falar.
7. O menino transexual que lutou para ter seu nome lido durante sua cerimônia de formatura
Em
maio de 2013, nos Estados Unidos, o estudante transexual Isaak Wolfe
lutou para ter seu nome masculino lido em voz alta em sua formatura
do colégio. Isaac também pediu, no início do ano, para poder se
candidatar a rei do baile, mas sua inscrição acabou sendo aceita
apenas para o posto de rainha.
A
diretoria da escola não cedeu aos pedidos de Isaak e, na hora da
cerimônia – apesar dele estar vestido da mesma forma que os outros
meninos – foi chamado por seu nome de registro. Ao invés de se
abater, Isaak ficou feliz, pois isso chamou a atenção de todo o
país para questão e “vai fazer a diferença para as pessoas no
futuro”, declarou. “Isso é o que mais importa. Não é hoje, é
amanhã. Não tenha medo de falar, porque assim você nunca vai ver
uma mudança”, completou o estudante.
Agora,
Isaak é um estudante universitário e continua seu trabalho como
ativista transexual. Ele recebeu um prêmio da ACLU (União Americana
pelas Liberdades Civis), por sua contribuição aos direitos civis e
liberdade.
6. A menina transexual de 7 anos que foi afastada do grupo de escoteiras
Bobby
Montoya nasceu homem, mas vive a vida como uma garota transexual. Ela
se veste com roupas de menina e brinca com brinquedos da menina. Mas,
quando ela quis se tornar escoteira, foi expulsa pelo líder do grupo
porque tinha “partes de menino”.
Bobby
e sua mãe, Felisha Archuleta, recorreram a decisão, e as escoteiras
do Colorado (nos Estados Unidos) admitiram que haviam cometido um
erro. “Se uma criança se identifica como uma menina e a família
da criança a apresenta como uma menina, as escoteiras do Colorado
irão recebê-la como uma menina”, disseram as escoteiras. E Bobby
se juntou ao grupo.
5. O menino canadense de 11 anos de idade que foi a público contar sua história para ajudar crianças como ele
Em
2013, Wren Kauffman resolveu se assumir publicamente como um garoto
transexual. Segundo sua mãe, desde os 4 anos de idade ele se
identificava com o sexo masculino. Ele pedia roupas de menino e
sempre perguntava “quando eu vou poder ser um menino?”. E,
enquanto seus pais estavam em dúvida sobre como lidar com a
situação, a irmã de Wren interviu esclarecendo tudo. Como ela bem
disse, “ele realmente é um menino”. Logo, não tinha muito o que
eles decidirem.
Então,
a família foi a um psiquiatra que deu o veredito final, dizendo para
os pais de Wren deixarem ele viver como um menino – o que o fez uma
criança muito mais feliz. Agora, ele está sendo submetido a terapia
hormonal e, se/quando quiser, poderá fazer uma cirurgia de
redesignação de sexo.
Wren
sonha ser um fotógrafo ou talvez um psicólogo infantil para ajudar
crianças como ele. Mas, desde já, ele tem um conselho: “Diga a
seus pais. Eles podem não ser os mais compreensíveis às vezes, mas
eles te amam e tudo vai ficar bem”.
4. A menina que luta para ter o sexo mudado na certidão de nascimento
Já
pensou não poder ser você mesmo nem na sua própria certidão de
nascimento? É o caso da canadense Harriette Cunningham, uma menina
de 10 anos que nasceu menino, mas se identifica como menina desde os
9 anos de idade. Ela usa apenas roupas femininas e se refere a si
mesma com pronomes femininos. Agora, ela quer que seu passaporte e
certidão de nascimento correspondam a essa verdadeira
identidade. “Eu sou uma garota como todas as outras”, disse
Harriette.
3. Os adolescentes transexuais que encontraram o amor um no outro e se separaram, mas continuam amigos
Adolescentes
transexuais de Oklahoma, nos Estados Unidos, Arin Andrews e Katie
Hill viraram manchete em jornais do mundo inteiro quando começaram a
namorar. Mas, pouco depois, se separaram. “Nós temos uma ligação
muito única porque passamos pelas mesmas coisas, mesmo que em
direções opostas. Mas estamos em um ponto de nossas vidas que torna
difícil passar muito tempo junto”.
Coisas
como cirurgia de mudança de sexo.
Katie
começou a faculdade e resolveu passar pelo procedimento. E Arin
decidiu não apressar as coisas – já que a cirurgia de mudança de
sexo feminino para sexo masculino é muito mais arriscada do que
masculino para feminino. Os dois continuam amigos e continuam a
apoiar um ao outro.
2. Quando os pais de uma menina concluíram que ela não era apenas uma moleca
Aos
2 anos de idade, Tyler, que nasceu menina, disse com todas as
palavras para seus pais: “eu sou menino”. Mas seus pais
insistiram com ele que não. Mostraram fotos de partes íntimas e
argumentaram que ela havia nascido com corpo de menina. Ele
respondia: “quando vocês me mudaram?”. Dois anos depois, um
psicólogo confirmou a condição: a filha do casal sofria mesmo de
Transtorno de Identidade de Gênero, e recomendou que os pais
começassem a tratar a criança como um menino. A filha, então,
passou a ser carinhosamente chamada de Tyler.
1. O filho transexual de celebridades americanas que luta por cuidados de saúde a pessoas transexuais
Stephen
Ira Beatty, o filho mais velho dOS atores Warren Beatty e Annette
Bening, é transexual e ativista em prol de pessoas como ele.
Inclusive, participou de um comercial veiculado nos Estados Unidos,
que promove cuidados de saúde básicos para pessoas transexuais
carentes.
fonte:http://hypescience.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário