Campanha em Ribeirão Preto usa slogan 'Nossa faculdade também é gay'. Segundo alunos e professores, há machismo e homofobia mascarados.
Alunos
e professores da Faculdade de Economia e Administração (FEA), da
Universidade de São Paulo (USP), passaram a usar gravatas cor de
rosa durante as aulas no campus de Ribeirão
Preto (SP)
para protestar contra casos de preconceito envolvendo estudantes
gays.
Segundo
os idealizadores da campanha “Há cores por aqui”, existe
machismo e homofobia dentro da faculdade.
Em nota enviada ao
G1,
a direção da FEA afirmou que apoia o movimento dentro da
universidade e informou que nenhuma denúncia de homofobia envolvendo
alunos foi formalmente prestada à instituição.
Segundo
o estudante de economia Felipe Maia, o preconceito contra gays é
presente dentro da faculdade. “Há um preconceito mascarado e a
gente nota que na faculdade como um todo temos um ambiente
conservador”, afirma o aluno que cursa o segundo ano do curso. “O
preconceito se manifesta por um olhar torto ou um comentário
atravessado”, diz.
Símbolo
A
peça do vestuário masculino foi escolhida para ser usada durante a
campanha por ser um dos símbolos do curso de economia. “É uma
faculdade de negócios, majoritariamente composta por homens e que
tem uma identidade machista e pouco aberta a mulheres”, comenta o
aluno Lucas Henrique Ribeiro, um dos idealizadores da campanha. “Por
meio de piadinhas as pessoas vão soltando a ideologia que elas
resguardam”.
Leonardo
Veras foi um dos 100 estudantes que já vestiram a gravata cor de
rosa desde o início da campanha, na quinta-feira (30).
Heterossexual, admite que sofreu resistência por parte de outros
amigos, contrários à campanha em apoio à causa gay dentro daUSP.
“Vi um certo repúdio por parte dos meus amigos, vieram me
perguntar se eu estava louco, e é possível sentir como os gays se
sentem”, explica. “O que muda se eu fosse gay ou não?”,
questiona Veras.
Alguns
professores também começaram a usar a gravata para dar aulas.
“Apoio a campanha porque a intolerância no Brasil vem crescendo. A
gente vê intolerância com os gays, com a mulher, os negros, além
disso é uma oportunidade interessante até para interagir com os
alunos e interagir com a sociedade, porque a faculdade é um pedaço
disso”, afirma o professor Jair Silvério dos Santos, do
Departamento de Computação e Matemática da USP.
Fonte: http://g1.globo.com/
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