Em
1969, Ziraldo escreveu seu primeiro livro infantil. “Flicts”
conta a história de uma cor que é “diferente”. Não consegue se
encaixar no arco-íris, se acha feia, esquisita. Não tem lugar na
sociedade das cores, pois não se encaixa nos padrões estabelecidos.
No
decorrer da história, Flicts vai entendendo que não tem nada errado
consigo, e que existe, sim, um lugar para ele no mundo –
independentemente do que os outros pensem.
A
mensagem de “Flicts” é, ao final do livro, que todos merecem
respeito, espaço, direito à opinião e representatividade. É um
livro bem bonito, vale a leitura.
Infelizmente,
quem precisa mesmo ler “Flicts”, hoje, é o próprio criador. Em
entrevista ao jornal Hoje
em Dia,
Ziraldo criticou veementemente a presença de figuras LGBT na mídia,
afirmando que a Rede Globo “acha que está fazendo um grande
serviço ao ‘modus vivendi’, ao dar chance aos homossexuais de
assumirem a sexualidade deles”.
Disse
ainda que “a Fernanda Montenegro não tem direito de fazer
apologia do afeto homossexual. Grandes fãs dela estão estarrecidos
com isso. E mesmo que ela estivesse pensando em ajudar as mães dos
homossexuais… Mas qual é a porcentagem de mães de homossexuais?”.
Assim,
como o Flicts, a gente só quer espaço e respeito – coisa que,
veja bem, o próprio Ziraldo nos ensinou. Demoramos muito tempo para
fazer pequenas conquistas, as outras cores ainda não nos enxergam
como iguais. Mas seguimos caminhando e lutando, todos os dias, para
que o amor não tenha cores delimitadas.
Fonte:http://nadaerrado.com.br/
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