quarta-feira, 6 de maio de 2015

A homofobia de Ziraldo e as cores de Flicts

Ziraldo faz comentários homofóbicos em entrevista. Capa do livro FLicts
Em 1969, Ziraldo escreveu seu primeiro livro infantil. “Flicts” conta a história de uma cor que é “diferente”. Não consegue se encaixar no arco-íris, se acha feia, esquisita. Não tem lugar na sociedade das cores, pois não se encaixa nos padrões estabelecidos.
No decorrer da história, Flicts vai entendendo que não tem nada errado consigo, e que existe, sim, um lugar para ele no mundo – independentemente do que os outros pensem.
A mensagem de “Flicts” é, ao final do livro, que todos merecem respeito, espaço, direito à opinião e representatividade. É um livro bem bonito, vale a leitura.
Infelizmente, quem precisa mesmo ler “Flicts”, hoje, é o próprio criador. Em entrevista ao jornal Hoje em Dia, Ziraldo criticou veementemente a presença de figuras LGBT na mídia, afirmando que a Rede Globo “acha que está fazendo um grande serviço ao ‘modus vivendi’, ao dar chance aos homossexuais de assumirem a sexualidade deles”.
Disse ainda que “a Fernanda Montenegro não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual. Grandes fãs dela estão estarrecidos com isso. E mesmo que ela estivesse pensando em ajudar as mães dos homossexuais… Mas qual é a porcentagem de mães de homossexuais?”.

Assim, como o Flicts, a gente só quer espaço e respeito – coisa que, veja bem, o próprio Ziraldo nos ensinou. Demoramos muito tempo para fazer pequenas conquistas, as outras cores ainda não nos enxergam como iguais. Mas seguimos caminhando e lutando, todos os dias, para que o amor não tenha cores delimitadas.

Fonte:http://nadaerrado.com.br/

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