Uma
transexual que pediu para não ter o nome divulgado foi beneficiada
pela Lei Maria da Penha após sofrer agressões do ex-companheiro, em
Cuiabá. Recentemente, ela conseguiu na Justiça uma medida protetiva
para evitar que o agressor, com quem se relacionou por três anos, se
aproxime dela. Essa é a primeira vez que uma transexual é amparada
por essa lei no estado. No Brasil, outro caso foi registrado em Minas
Gerais.
A
vítima relatou que, desde o início, o relacionamento foi
conturbado. No primeiro mês que eles estavam morando juntos, o então
companheiro já a agrediu. Ela também era humilhada. Contou que,
certa vez, ele jogou as roupas e objetos pessoais dela para fora da
casa.
''No
primeiro mês, ele começou a me agredir. Me dava pancadas, me batia,
chegou até a jogar minhas coisas do quarto onde a gente morava para
fora”, disse. Agora, como conseguiu essa medida que impede a
aproximação do ex-marido, a transexual contou que não pretende
mais ter nenhum contato com o agressor. “O que mais quero é que
ele suma definitivamente da minha vida. E eu continuo sobrevivendo
sozinha, como sempre sobrevivi”, pontuou.
Para
a presidente do Conselho Estadual de Proteção da Mulher, Rosana
Leite Antunes, a decisão foi cabível, já que a violência
doméstica era sofrida da mesma forma. “Para nós, ela [decisão] é
inédita porque amparou uma transexual. Se no momento, ela estava
sofrendo violência doméstica, nada mais justo que lhe ser aplicada
a Lei Maria da Penha”, afirmou.
Há
casos em que a violência doméstica relacionadas a casais do mesmo
sexo têm fins trágicos, como ocorreu com um rapaz de 18 anos, morto
em 2013. A mãe da vítima contou que o ex-marido do filho não
aceitou o fim do relacionamento e matou a vítima. O autor do crime
foi preso, mas fez ameaças. “Ele disse que iria voltar e que ia
matar todo mundo que estava na casa”, disse a mulher, que também
pediu para não ter o nome divulgado.
Só
no ano passado foram registradas quase 30 mil ocorrências envolvendo
violência doméstica com mulheres acima de 17 anos. Desde 2006, as
vítimas de violência doméstica são amparadas pela Lei Maria da
Penha, que também já ajudou a proteger os homens.
Fonte: http://www.g1.globo.com/mato-grosso
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