Uma assembleia distrital em Tóquio se tornou nesta terça-feira (31) a primeira no Japão a reconhecer a união entre pessoas do mesmo sexo, um grande avanço para casais homossexuais em um país onde ser abertamente gay ainda é um tabu.
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O casal Hiroko Masuhara e Koyuki Higashi exibe faixa agradecendo ao distrito de Shibuya, em Tóquio, por ser o primeiro a reconhecer a união de casais homossexuais no país nesta terça-feira (31) (Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP) |
A
decisão do distrito de Shibuya, em Tóquio, pode parecer
insignificante se comparada com os Estados Unidos, onde o casamento
gay só não é legal em 13 Estados, mas a proposta incentivou uma
discussão sem precedentes sobre igualdade e pode abrir caminho para
medidas similares em outros pontos do Japão.
A
comunidade LBGT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) tem
sido praticamente invisível no Japão, e as uniões civis legais
ainda são um sonho distante. Casais do mesmo sexo costumam não
poder alugar apartamentos.
Pessoas
reunidas do lado de fora da assembleia de Shibuya comemoraram a
aprovação da medida por grande maioria, e ativistas mostravam um
cartaz de arco-íris com o dizer “obrigado, Shibuya”.
"Não
é que queremos algo muito grande. Tudo que queremos é poder viver
com as pessoas que amamos”, disse Fumino Sugiyama.
Pelas
novas regras, que começam a valer no primeiro dia de abril, Shibuya,
um dos 23 distritos de Tóquio e região de muitas embaixadas e
também um ponto jovem da moda, vai emitir um certificado
reconhecendo casais do mesmo sexo, com base em várias condições.
Esse documento deve permitir que casais aluguem apartamento e se
visitem quando num hospital.
O
debate tomou as redes sociais no momento em que o projeto foi
lançado, com os jovens geralmente a favor. Perguntado no Parlamento,
o primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que parlamentares precisam ser
“muito cuidadosos” quando avaliassem se fariam ou não mudanças
constitucionais para reconhecer o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Alguns
na comunidade LGBT também têm se mostrado cautelosos, dizendo que a
medida estava sendo usada politicamente para melhorar a imagem do
Japão no exterior. No entanto, a maioria celebrou as novas regras.
Dois outros distritos de Tóquio e a cidade de Yokohama estão
considerando medidas similares.
"Acho
que para os gays isso foi realmente um avanço”, afirmou Bob Tobin,
escritor e morador de Tóquio, cujo casamento com o seu parceiro
japonês nos Estados Unidos não tem reconhecimento legal no Japão.
"Tomara
que todo o Japão se dê conta, e eu espero que outras regiões e
cidades sigam o exemplo.”
Fonte: www.g1.globo.com
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