terça-feira, 7 de abril de 2015

Paulista de 68 anos realiza cirurgia de mudança de sexo

Andréia Ferraresi é a paciente mais velha a mudar de sexo via cirurgia. Em SP, um procedimento do tipo é realizado por mês.

A data da alta hospitalar foi emblemática para ela: 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. Andréia Ferraresi deixou o Hospital das Clínicas em São Paulo, entrou no ônibus rumo a casa na zona norte paulistana, fechando um ciclo que começou exatamente no dia em que nasceu. Estava pronta para receber as homenagens em referência às conquistas femininas. Pela primeira vez iria agradecer aos parabéns e às flores entregues nos semáforos como “uma mulher de fato”.
“Precisei viver 68 anos para me sentir completa”, diz ela.
A certidão que aponta 1944 como ano de nascimento só há 12 meses – após autorização judicial – passou a estampar o nome Andréia Ferraresi e a palavra “feminino” no espaço destinado ao sexo. Até então, exibia a grafia Orlando e o gênero masculino.
“Nasci presa em um corpo de homem”, define.
Primeiro, a adequação foi no registro civil. Há quase 30 dias, veio a solução cirúrgica, custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Andréia deitou na maca hospitalar para deixar para trás os rótulos de “menino estranho”, “mariquinha”, “bicha louca” e “mulher diferente” que a acompanharam por toda a vida. Levantou dela, quatro horas depois, para carregar o título de transexual mais velha do Brasil a ser submetida a uma cirurgia de mudança de sexo.
“Desta referência, sim, eu tenho o maior orgulho”, diz ela, passando as mãos nos cabelos tingidos com mexas loiras – a tática é para cobrir a cabeleira “todinha branca” – e retocando o brilho nos lábios e a sombra pastel nas pálpebras.
“Estou tão plena que me sinto Brigitte Bardot nos tempos áureos”, brinca, ao citar a sua musa de sempre, desde os tempos em que era Orlando.
“Posso ter quase 70 anos, mas o corpo e a alma são de uma jovem de 30. Minha vida começa agora. Agora que sou mulher dos pés à cabeça.”

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Fonte: http://www.ig.com.br

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