Entidade elogia criação de 10 milhões de empregos com carteira assinada no país, em relatório divulgado nesta segunda-feira
POR JULIANNA GRANJEIA
O Brasil é um dos países em destaque no
relatório mundial “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016:
Transformar as economias para realizar os direitos”, elaborado pela
ONU Mulheres, que será lançado nesta segunda-feira no México. O
país é elogiado por seu papel na geração de trabalho digno para
as mulheres.
Segundo
o órgão, de 2001 a 2009, a participação das mulheres no mercado
de trabalho brasileiro subiu de 54 para 58%. Além disso, foi
ampliada a cobertura de proteção social com empregos com carteira
assinada.
O
documento aponta que frequentemente os direitos econômicos e sociais
das mulheres são limitados porque “elas são forçadas a viver em
um mundo de homens”.
O
relatório também diz que as mulheres ocupam os empregos com menores
remunerações e baixa qualidade e continuam a ser alvo das condições
mais precárias de saúde, acesso à água e saneamento. As mulheres
ainda são responsáveis pela carga excessiva de trabalho de cuidado
sem salário, algo que as políticas de austeridade e os cortes
orçamentários têm intensificado.
O
documento faz parte da programação do 20º aniversário da Quarta
Conferência Mundial sobre a Mulher, ocorrida em Pequim, na qual se
definiu uma agenda internacional para fazer avançar a igualdade de
gênero.
Para
respaldar essa meta, o relatório traz dez prioridades para
intervenção de políticas públicas para nortear os países:
criação de mais e melhores empregos para mulheres; reduzir a
segregação ocupacional e as lacunas salariais entre os gêneros;
reforçar a seguridade das mulheres em todo o ciclo de vida; ajudar
as organizações de mulheres a exigirem seus direitos e
influenciarem a agenda do poder público; aumentar os recursos
destinados à igualdade entre os gêneros; reconhecer, reduzir e
redistribuir o trabalho doméstico não remunerado; investir em
serviços sociais com perspectiva de gênero; criar um ambiente
mundial favorável aos direitos das mulheres; utilizar os direitos
humanos para conceber políticas para catalizar a igualdade de
gêneros e obter evidências empíricas que permitam a avaliação do
progresso no domínio dos direitos econômicos e sociais das
mulheres.
No primeiro item, de criação de mais
empregos, a ONU diz que a participação das mulheres da força de
trabalho estagnou em todo mundo e que as políticas econômicas têm
sido incapazes de criar postos decentes e suficientes para mulheres,
o que dificulta a saída da faixa da pobreza. O órgão sugere, entre
outras coisas, o desenvolvimento de políticas macroeconômicas que
incentivem atividade e o aumento da oferta de trabalho, ao invés de
focar em um conjunto de metas baseadas, por exemplo, na manutenção
da inflação baixa.
O
destaque ao Brasil aparece no segundo item, que diz que entre 2001 e
2009 foram criados 17 milhões novos postos de trabalho, dos quais
mais de 10 milhões com carteira assinada. Entre 1995 e 2007, a
diferença na remuneração de homens e mulheres caiu de 38% para
29%.
“O
sucesso do Brasil na criação de empregos decentes é o resultado de
um conjunto de políticas econômicas e social (...) O aumento do
valor real do salário mínimo tem ajudado a reduzir pobreza e
explica a queda de 66% da desigualdade no período de 2000-2008.
Políticas de proteção social também tiveram efeitos importantes:
uma nova queda de 16% na desigualdade foi devido a aumento das
pensões e 12% para o programa de bem-estar social Bolsa Familia”,
diz o relatório.
Os
salários das mulheres são, em média, 24% inferiores aos dos
homens, em todo o mundo, segundo o relatório. A Àsia Meridional tem
a maior desigualdade: 33%, enquanto que o Oriente Médio e a região
Norte da Àfrica têm o menor: 14%
Fonte:www.oglobo.globo.com
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