terça-feira, 30 de junho de 2015

Jovem com paralisia cerebral cria aplicativo sobre acessibilidade na cidade

Apenas cinco segundos podem fazer diferença na vida. Por esse breve momento, João Santiago deixou de respirar assim que nasceu, o que lhe resultou uma paralisia cerebral, o que lhe afetaria os movimentos do corpo. Após 23 anos daquele dia, ele superou os limites locomotores por meios digitais, criando um aplicativo que auxiliaria pessoas com deficiência: o“Dá Pra Ir?”.
Jovem com paralisia cerebral cria aplicativo sobre acessibilidade na cidade
Simpático, o estudante de Ciências da Computação desce uma longa escada para receber as visitas na casa onde mora, em Fortaleza. Assim que termina a subida, chega-se ao seu escritório: uma mesa com computador e celular. Com alegria e orgulho, ele mostra o aplicativo, que já conta com cerca de 1,5 mil usuários.
O Dá Pra Ir disponibiliza informações sobre a acessibilidade dos locais aos deficientes, como listas de regiões mais acessíveis da cidade, classificações e publicidade aos lugares especializados. A ideia surgiu quando João Santiago precisou ir a um bar e ficou com medo por não saber se o local portava as condições necessárias ao seu acesso.
A ideia do aplicativo é, de forma colaborativa, marcar nível de acessibilidade de locais da cidade (FOTO: Reprodução Facebook)







Em 2014, João passou dois meses pensando no meio de desenvolver a ideia de ter uma rede compartilhada de informaçõessobre locais acessíveis e não-acessíveis. Depois levou a ideia para um evento em São Paulo, discutindo um tipo de software que ajudasse na locomoção de pessoas com deficiência, assim como a dele.
A princípio surgiu o frio na barriga. Afinal, ele era um dos poucos deficientes que participavam do evento. Aliado a isso, ele ainda estava sozinho, enquanto outras ideias eram defendidas por equipes. Mas a cidade paulista foi um divisor de águas, tanto para a ideia do aplicativo, quanto para a vida em si. Lá, ele percebeu que Fortaleza precisa melhorar bastante, enquanto cidade com acessibilidade. De quebra, conseguiu apoio de pessoas importantes para a elaboração do projeto.
A afinidade com programação veio ainda na infância, quando tinha 8 anos. Entretanto João não sabia que chegaria a influenciar a vida de outras pessoas com o aplicativo. Ele recebe depoimento de usuários agradecendo a iniciativa. “Me sinto muito honrado por ser útil. E que eu possa ajudar muito mais pessoas”, revela.
Fã número um do rapaz, a mãe Eliza Santigo se orgulha da força de vontade do filho, que superou os limites e tornou-se um exemplo. Ela analisa que todo o esforço que teve com ele, para aprender a andar e falar, valeu a pena. A família mora há dois anos no Ceará.
Hoje, o estudante se dedica aos estudos, projetos e à namorada, também com deficiência. Ainda almeja grandes vitórias, a primeira seria de se formar e trabalhar com programação ou banco de dados. Sobre a superação, João conclui com uma espécie de clichê, mas que funciona se colocado em prática. “Sonhar é preciso para tornar possível o impossível”.
Fonte:http://tribunadoceara.uol.com.br/

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