terça-feira, 16 de junho de 2015

Meninas negras são feitas escravas domésticas e sexuais na região central do Brasil




Quando lembramos que o fim da escravidão – há 127 anos atrás – o advento da república e a própria democracia não significaram mudanças nas estruturaras do status quo, tampouco oportunidades iguais e justiça à população negra brasileira, ainda há quem chame de exagero, critique tais afirmações e acuse o movimento negro e quem defende políticas reparatórias de “vitimistas”.
Poucas vezes meios de comunicação da chamada “grande mídia” brasileira abrem espaços para a demonstração do quão a sociedade brasileira está muito mais próxima da escravidão do que de uma democracia real. Hoje, a Rede Record de televisão promoverá um desses momentos de exceção, ao trazer à tona a gravíssima denúncia opressão de meninas negras quilombolas, tratadas em pleno ano de 2015, como escravas domésticas e sexuais, na região central do Brasil.
Esse tema sim, deveria chamar a atenção do Congresso Nacional, e não a falsa polêmica em torno da redução da maioridade penal e da destruição do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente que, se fosse efetivado, protegeria a vida e a dignidade da juventude.




Repórter Record Investigação revela a escravidão doméstica e sexual de crianças negras e pobres


127 anos depois da Lei Áurea, meninas quilombolas ainda são exploradas de todas as formas
O Repórter Record Investigação desta segunda-feira (15), mostra um escândalo: a escravidão doméstica e sexual de crianças negras e pobres. Próximo das autoridades mais poderosas do País, meninas são amarradas, torturadas e obrigadas a ter relações sexuais.
Durantes dois meses, os repórteres Lúcio Sturm, Gustavo Costa e Marcelo Magalhães levantaram documentos exclusivos e investigaram uma “onda” de crimes bárbaros contra crianças, descendentes de escravos de um quilombo, a 320 km de Brasília. Hoje, essas comunidades isoladas estão abandonadas e clamam por socorro e justiça.
Meninas, de 9 a 14 anos de idade, são exploradas de todas as formas por famílias que deveriam protegê-las. A atração mostra quem são esses abusadores e por que eles ainda estão em liberdade.
O programa exibe também uma entrevista exclusiva com um homem condenado por violentar uma criança quilombola de apenas nove anos. E uma mãe em estado de choque dá um depoimento comovente ao saber, há poucos dias, que a filha adulta foi escravizada na infância.
O Repórter Record Investigação, comandado por Domingos Meirelles, é exibido às segundas-feiras, às 22h30.


Fonte: http://negrobelchior.cartacapital.com.br/

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