terça-feira, 30 de junho de 2015

ONU Mulheres lança site em português do Movimento ElesPorElas

Expectativa é aumentar as adesões do Brasil por meio do cadastro de milhares de homens e meninos em defesa de direitos e igualdade para mulheres e meninas por meio da página www.heforshe.org/pt
A atriz Emma Watson é embaixadora da ONU Mulheres. Foto: ONU Mulheres.
A atriz Emma Watson é embaixadora da ONU Mulheres. Foto: ONU Mulheres.
A partir desta sexta-feira (19), o público de língua portuguesa passa a contar com conteúdos no idioma no portal do Movimento ElesPorElas (HeForShe) de Solidariedade da ONU Mulheres pela Igualdade de Gênero:www.heforshe.org/ptA plataforma está disponível em outros cinco idiomas: inglês, espanhol, francês, turco e chinês.
“Este é um movimento solidário pela igualdade de gênero. Ao assegurar conteúdos em português, convidamos os mais de 300 milhões de lusófonos para manifestar o seu apoio individual por meio do cadastro no mapa mundial. Chamamos, especialmente os mais de 100 milhões de homens e meninos brasileiros, para que demonstrem que o Brasil quer e se mobiliza em favor da igualdade entre mulheres e homens, meninas e meninos”, afirma a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman.
Ela ressalta a articulação com raça como um desafio para o Brasil. “A igualdade entre mulheres e homens no Brasil somente será possível através da articulação com a dimensão racial, com a finalidade de enfrentar o racismo. Este é o diferencial do movimento ElesPorElas no Brasil, para que mulheres negras e brancas, homens negros e brancos possam ter inclusão nas empresas, nas universidades, ter seus direitos garantidos pelas políticas públicas, tais como participação, representação e poder”, completa Gasman.
O Movimento ElesPorElas – Criado pela ONU Mulheres, a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, o movimento ElesPorElas (HeForShe) é um esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial e a organizar juntos, homens e mulheres, uma nova sociedade.

Fonte: http://nacoesunidas.org/

ONU abre inscrições prêmio anual de Igualdade de Gênero e Integração em Tecnologia

União Internacional de Telecomunicações (UIT) e a ONU Mulheres incentivam homens e mulheres que trabalham no setor das tecnologias de informação e comunicação (TICs) a enviar indicações até o dia 31 de julho.
Entre os objetivos do prêmio está reconhecer  iniciativas que ajudem a fechar a brecha digital entre países, possibilitando um acesso igualitário. Foto: PNUD


As candidaturas estão abertas para a o prêmio anual Igualdade de Gênero e Integração em Tecnologia (GEM-Tech), uma condecoração global que reconhece contribuições notáveis de mulheres e homens para alavancar o potencial das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na promoção da igualdade de gênero.

A premiação em 2015 traz três categorias: Aplicação de Tecnologia para o Empoderamento das Mulheres, Mulheres no Setor de Tecnologia e Governança de Tecnologia Sensíveis ao Gênero, Política e Acesso. Candidaturas online estão abertas até às 11h59 do dia 31 de julho. Para inscrever-se, clique aqui.

União Internacional de Telecomunicações (UIT) e a ONU Mulheres incentivam homens e mulheres que trabalham no setor das TICs para nomear os seus colegas, ou a si próprios, com os três vencedores finais a serem selecionados por um comitê de especialistas da UIT, ONU Mulheres e dos vencedores do GEM-Tech 2014.

Os prêmios serão entregues em uma cerimônia a ser realizada em Nova York, em dezembro, como parte das atividades em torno da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação. Os vencedores viajarão à cidade para receber seu prêmio das mãos do secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Houlin Zhao, e da diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuk.

Fonte: http://nacoesunidas.org/

Stonewall Inn: Após 46 anos, bar marco zero do movimento gay vira monumento histórico de Nova York



Foi na noite de 28 de junho de 1969 que um grupo de frequentadores do Stonewall Inn, um bar gay de Manhattan, em West Village, na rua Christopher, decidiu dizer basta a violência e opressão policial. Acostumados a serem vítimas de chacota, extorsões e prisões arbitrárias, lésbicas, gays, dragqueens e travestis resolverem reagir aos policiais que entraram no bar e começaram a agredir os gays e a tentar revistar a todos, que estavam em luto pela morte da atriz Judy Garland, na semana anterior.


Foi então que forçaram os policiais a saírem do local. Não contentes, os homens da lei chamaram reforços e tentaram invadir o prédio secular que antes serviu de estábulo e restaurante. A notícia percorreu a vizinhança e a população gay veio ao bar revoltada. Uma verdadeira multidão impediu que os policias entrassem no bar e o confronto violento durou três dias, durando mais outros três de tensão na área que hoje é considerada um bairro gay da cidade. Nascia aí o orgulho gay e o gay power, baseados no lema de que a união faz a força.



Todos os anos, a revolta de Stonewall é lembrada como o momento em que gays pararam de abaixar a cabeça para a sociedade e passaram a reivindicar seus direitos de cidadania. No ano seguinte, a primeira parada gay foi inaugurada no local, dando marco ao movimento internacional de libertação homossexual. O bar que tinha apenas 2 anos de funcionamento entrou para a história do mundo, e até hoje resiste às crises e as mudanças da população que hoje não precisa mais daquele gueto onde era atendido com respeito, ao contrário dos outros estabelecimentos da cidade.



Esta semana, na terça-feira, por votação unânime, o Comitê de Preservação de Sítios Históricos de Nova York reconheceu a importância do local como monumento histórico para o país. Stonewall Inn se torna o primeiro monumento gay reconhecido por sua importância histórica. Com isso, o prédio não pode sofrer qualquer modificação sem autorização do Departamento de Preservação de Sítios Históricos. “A grandeza de Nova Iorque reside na sua diversidade e inclusão. Os eventos em Stonewall foram o ponto de partida do movimento para os direitos da comunidade homossexual e na história da nossa nação”, afirmou  Meenakshi Srinivasan, presidente do comitê. O reconhecimento veio na semana do 46° Aniversário da Revolta de Stonewall.




Escola carioca organiza 'quadrilha homoafetiva' em festa junina


Festa Junina
Os alunos do grêmio da Edem, no Largo do Machado, estão organizando uma quadrilha homoafetiva na festa junina da escola, neste sábado. Amigos ou namorados, tanto faz: por lá, pode — e deve — dançar homem com homem e mulher com mulher.
Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/

Jovem com paralisia cerebral cria aplicativo sobre acessibilidade na cidade

Apenas cinco segundos podem fazer diferença na vida. Por esse breve momento, João Santiago deixou de respirar assim que nasceu, o que lhe resultou uma paralisia cerebral, o que lhe afetaria os movimentos do corpo. Após 23 anos daquele dia, ele superou os limites locomotores por meios digitais, criando um aplicativo que auxiliaria pessoas com deficiência: o“Dá Pra Ir?”.
Jovem com paralisia cerebral cria aplicativo sobre acessibilidade na cidade
Simpático, o estudante de Ciências da Computação desce uma longa escada para receber as visitas na casa onde mora, em Fortaleza. Assim que termina a subida, chega-se ao seu escritório: uma mesa com computador e celular. Com alegria e orgulho, ele mostra o aplicativo, que já conta com cerca de 1,5 mil usuários.
O Dá Pra Ir disponibiliza informações sobre a acessibilidade dos locais aos deficientes, como listas de regiões mais acessíveis da cidade, classificações e publicidade aos lugares especializados. A ideia surgiu quando João Santiago precisou ir a um bar e ficou com medo por não saber se o local portava as condições necessárias ao seu acesso.
A ideia do aplicativo é, de forma colaborativa, marcar nível de acessibilidade de locais da cidade (FOTO: Reprodução Facebook)







Em 2014, João passou dois meses pensando no meio de desenvolver a ideia de ter uma rede compartilhada de informaçõessobre locais acessíveis e não-acessíveis. Depois levou a ideia para um evento em São Paulo, discutindo um tipo de software que ajudasse na locomoção de pessoas com deficiência, assim como a dele.
A princípio surgiu o frio na barriga. Afinal, ele era um dos poucos deficientes que participavam do evento. Aliado a isso, ele ainda estava sozinho, enquanto outras ideias eram defendidas por equipes. Mas a cidade paulista foi um divisor de águas, tanto para a ideia do aplicativo, quanto para a vida em si. Lá, ele percebeu que Fortaleza precisa melhorar bastante, enquanto cidade com acessibilidade. De quebra, conseguiu apoio de pessoas importantes para a elaboração do projeto.
A afinidade com programação veio ainda na infância, quando tinha 8 anos. Entretanto João não sabia que chegaria a influenciar a vida de outras pessoas com o aplicativo. Ele recebe depoimento de usuários agradecendo a iniciativa. “Me sinto muito honrado por ser útil. E que eu possa ajudar muito mais pessoas”, revela.
Fã número um do rapaz, a mãe Eliza Santigo se orgulha da força de vontade do filho, que superou os limites e tornou-se um exemplo. Ela analisa que todo o esforço que teve com ele, para aprender a andar e falar, valeu a pena. A família mora há dois anos no Ceará.
Hoje, o estudante se dedica aos estudos, projetos e à namorada, também com deficiência. Ainda almeja grandes vitórias, a primeira seria de se formar e trabalhar com programação ou banco de dados. Sobre a superação, João conclui com uma espécie de clichê, mas que funciona se colocado em prática. “Sonhar é preciso para tornar possível o impossível”.
Fonte:http://tribunadoceara.uol.com.br/

Adolescentes criam camisinha que muda de cor ao detectar uma DST

camisinha que muda de cor (Foto: reprodução)

Daanyaal Ali e e Chirag Shah, de 14 anos, juntamente de Muaz Nawaz, de 13, não têm idade suficiente pra saber muito sobre sexo - mas inventaram algo que pode mudar a forma com que pensamos sobre saúde sexual. Eles criaram uma camisinha que muda de cor ao detectar uma doença sexualmente transmissível. Além de tudo, as cores aparecem de forma diferente dependendo da bactéria ou da infecção presente.


O projeto, chamado S.T.EYE, rendeu aos jovens o prêmio Teen Tech Awards, mil euros para desenvolver o produto e uma visita ao Palácio de Buckingham. 

A ideia por trás dos projetos era que as pessoas tivessem consciência da doença sem precisarem ir ao médico - não que a camisinha exclua a necessidade da visita, mas ela aumenta a probabilidade de um exame ser feito.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Você já fez o teste de HIV?




Fique sabendo que uma amostra de sua saliva seguida de dois passos simples permite que você saiba se você é positivo ou negativo para o HIV. Isso tudo em apenas 20 minutos!!!



E de quebra pode ser feito no conforto e na privacidade da sua própria casa, se assim desejar.

É um método prático, seguro e eficaz, sem sangue e sem dor.
Digo isso porque semana passada realizei o teste e achei super tranquilo e confiável inclusive, já que sou soropositivo e queria ver como era o método, é claro que o resultado foi positivo, mas não custa tentar né ?! Brincadeira pessoas, foi só pra ver como funcionava mesmo. No final do post tem uma fotinha do meu autoteste. 

O autoteste de fluido oral funciona assim: seu corpo naturalmente combate às infecções produzindo anticorpos. Este teste detecta os anticorpos que combatem o vírus HIV presentes na saliva entre os dentes e gengivas.

Vantagens:

- É o teste mais prático e simples do mundo.
- A tecnologia é de última geração, utilizada em vários laboratórios e hospitais do mundo.
- Sua precisão é superior a 99,9%.
- É seguro, pois o HIV não está presente nos fluidos orais mas sim nos fluidos corporais. O que está presente no fluido oral e que detecta o HIV são os anticorpos que são produzidos mediante infecção pelo HIV.

Atualmente essa tecnologia só está disponível no Brasil através do projeto A Hora é Agora, em Curitiba/PR. Os interessados que residam na capital paranaense podem baixar o aplicativo ou utilizar o site ( www.ahoraeagora.org) para fazer o cadastro e obter as informações necessárias sobre o teste, prevenção e como proceder para solicitar o mesmo, que pode ser retirado na farmácia popular no centro de Curitiba ou ser enviado pelos correios para o endereço declarado pelo interessado no cadastro.

Mesmo que ainda tenhamos o autoteste de fluido oral disponível somente em Curitiba, inicialmente, acredito que esse é o primeiro passo para avaliar e mensurar a aceitabilidade dessa estratégia no país e a recepção das pessoas, sobretudo as pertencentes às populações chave, a essa nova tecnologia. Precisamos avançar nas tecnologias e quebrar mitos e paradigmas que nos fazem retroceder frente à epidemia de aids, o mito da testagem é um deles. Se testar é acima de tudo praticar o autocuidado.

O projeto “A Hora É Agora” é uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba, doDepartamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC), o Grupo Dignidade, a Universidade Federal do Paraná e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS UNAIDS Brasil

Vídeo aborda a luta das pessoas trans


Gabriela tem 21 anos. Estudante de filosofia na USP, decidiu enfrentar as burocracias da maior universidade do Brasil pelo direito de ser chamada pelo nome social. "Quando você é uma pessoa trans, a sua roupa é um símbolo de luta, o seu cabelo é um símbolo de luta. A grossura da sua voz, seu rosto. O seu corpo inteiro é um símbolo de luta."


Fonte: https://www.facebook.com/CartaCapital/

Trabalhadores passam “cantadas” diferentes nas mulheres no meio da rua. A reação delas? Adoraram!

Resultado de imagem para Trabalhadores passam “cantadas” diferentes nas mulheres no meio da rua. A reação delas? Adoraram!
Existe uma grande diferença entre elogio e assédio.
“Oh lá em casa, ein?“ não é um elogio e muitos homens deveriam saber disso se não quiserem ofender.
Uma campanha australiana feita pela marca de chocolate Snickers explora essas diferenças, entre elogio e assédio, e mostra como os homens deveriam incentivar o poder feminino.
O vídeo original da Snickers termina de uma maneira mais sexista, dizendo que “você não é você mesmo quando está com fome”.
Isso significa que depois de comer o chocolate os homens voltariam a assediar as mulheres com cantadas mais ofensivas?
Enfim, na edição feita pelo site Reflexões de uma Lagarta temos uma versão muito melhor.


Assista ao vídeo: As melhores cantadas de rua

Fonte: http://awebic.com/

Gênero e Diversidade nas escolas: Aprender a respeitar é construir cidadania!

Temos acompanhado nas últimas semanas em Campinas uma luta dos movimentos sociais, feministas, LGBT e de educadores contra a proposta de ementa da Lei Orgânica do Município elaborada pelo vereador Campos Filho (DEM) que proíbe a inclusão e o debate dos termos “gênero” e “orientação sexual” nas escolas e também a controversa aprovação de um Plano Municipal de Educação que simplesmente ignora todas as discussões ocorridas nas Conferências Municipais da Educação.
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A proposta de silenciamento deste debate, que tem sido disputado em contexto nacional (a exemplo da retirada da expressão ‘igualdade de gênero, raça e sexualidade’ do Plano Nacional de Educação em 2014), coloca em cheque o papel da escola enquanto responsável por promover uma educação com os princípios de pluralismo de ideias, respeito a liberdade e apreço a tolerância, e contraria a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). 
A demanda do debate de gênero e orientação sexual tem se tornado cada vez maior devido a visibilidade dos debates feministas e de questões relacionadas a sexualidade dos e das jovens. 
Os últimos anos vêm sendo marcados pelo fortalecimento dos movimentos feministas e de diversidade sexual, sua maior presença na mídia, ampliação dos debates institucionalizados e incidência de políticas públicas específicas. Além disso, a dinamicidade da transmissão da informação na era da internet (nem sempre embasadas de maneira crítica) parecem ter estimulado ainda mais a curiosidade dos e das adolescentes e crianças, o que fez surgir novas situações (ou maior visibilidade a situações que já aconteciam) que alunos e professores estão vivenciando e a necessidade latente de se erradicar as violências cotidianas que adolescentes tem sofrido no ambiente escolar em decorrência de sua orientação sexual e identidade de gênero.
educacao_sem_homofobiaO debate feito nas escolas visaria então proporcionar elementos para reflexão e promover o reconhecimento das diferenças como forma de superarmos os preconceitos e desigualdade de oportunidades que são vivenciados por mulheres, lésbicas, gays, transexuais, dentre outros. 
Muitos dos que são contra esse debate, ainda incipiente nas escolas, não compreendem de fato do que se trata a discussão que é nomeada de maneira grosseira e equivocada como “ideologia de gênero”.  Vale lembrar que o debate de gênero e orientação sexual é uma demanda social a partir de vivências e experiências que já existem e as escolas têm se percebido como um espaço estratégico no combate a discriminações e preconceitos, portanto não se trata de uma imposição ideológica.
A ampliação do diálogo fortalece uma visão mais compreensiva do “outro” e é somente a partir dele que podemos construir uma sociedade mais justa e igualitária, repensando constantemente nossas práticas e julgamentos. Uma educação libertadora, livre de preconceitos e de discriminação, desconstruindo desigualdades, naturalizações e privilégios possibilita – através de uma vivência e experiência diversa – a construção de sujeitos e sujeitas políticas mais cidadãs, conscientes de seu papel na sociedade e no cotidiano como pessoas que respeitam umas as outras e vivem sob o princípio máximo da igualdade (previsto inclusive na nossa Constituição Federal).  
Por isso, nós da Coletiva das Vadias nos posicionamos contra uma emenda que visa proibir um debate que tem sido frutífero e propositivo no combate das desigualdades e na promoção do respeito as diferenças.
Por que Gênero incomoda?
O termo gênero foi criado para distinguirmos a dimensão biológica da social, ou seja, embora existam “machos” e “fêmeas” na espécie humana, a forma de ser, agir, identificar-se enquanto “homens” e “mulheres”são construídos socialmente. Daí os estereótipos comuns de que os homens são mais racionais e as mulheres mais sensíveis, que os homens são mais fortes e as mulheres mais frágeis. Quando não concordamos com essas características construídas socialmente ou quando não nos identificamos com elas o resultado é preconceito, limitação das oportunidades e violência. 
 Por isso, gênero é produzido socialmente e não se relaciona com a anatomia do corpo.
lugar de mulherQuando observamos uma série de dados que traduzem desigualdade entre homens e mulheres, como exemplo: maior parte dos postos de direção são ocupadas por homens, diferenças salariais (homens recebem mais) em iguais funções exercidas por mulheres, divisão desigual de trabalho no ambiente doméstico, no cuidado familiar, dentre outras, o conceito de gênero nos ajuda a entender que essas desigualdades não são naturais mas construídas socialmente e que os lugares “naturalmente” destinados a homens e mulheres podem ser modificados e transgredidos.
São estes mesmos “papéis sociais” que permitem que a violência contra as mulheres seja endêmica na nossa sociedade, é pelo fato de as mulheres serem consideradas mais frágeis ou não sujeitas de si, passíveis de dominação, que são impedidas de ocuparem o espaço público da mesma forma que o fazem os homens, que são silenciadas ou não respeitadas quando proferem opinião, que seus corpos são tratados como objetos sexualizados, disponíveis, que têm medo de andarem sozinhas nas ruas a noite pela iminência do estupro, por exemplo.
O conceito de gênero ajuda a desnaturalizar as desigualdades que são ocultadas através de argumentos de “diferentes capacidades”, “aptidões natas”, como se o homem fosse naturalmente dado a exercer os melhores  cargos e a mulher naturalmente apta a apenas realizar o trabalho doméstico e de cuidado, por exemplo. 
Talvez essa seja a origem do incômodo. Afinal, o conceito de gênero nos ajuda a pensar que tais “papéis sociais” foram historicamente construídos (privilegiando uns em detrimentos aos outros) e ao contrário,  pensamos que as mulheres podem e devem estar onde quiserem: na engenharia, na informática, nas escolas, na ciência…Acreditamos que não é porque se nasce mulher que automaticamente se deseja e está apta para exercer a maternidade, por exemplo. 
cores_o problemaTudo são escolhas e o conceito de gênero nos auxilia a não limitar essas escolhas de profissão, de gosto, de modo de se vestir, de lazer, de desejo, etc. Uma mulher pode ou não gostar de rosa,  pode ou não se maquiar, pode ou não ser mais emotiva, pode ou não dirigir um caminhão, pode ou não jogar futebol e o que definirá tudo isso são suas ESCOLHAS e não o fato de ter nascido mulher.  E o mesmo vale para homens. 
E o debate sobre gênero nas escolas visa propagar o RESPEITO às diferentes escolhas e vontades, e não rechaçar quando uma menina ou um menino não correspondem a estes “papéis”que são esperados de cada um. 
Orientação sexual
Sexualidade é o termo abstrato que utilizamos para nos referir as capacidades relacionadas ao sexo. 
A orientação sexual se refere ao sexo pelo qual as pessoas se sentem atraídas, para o qual direcionam seus desejos e afetos. É importante considerar que a orientação sexual existe sem que as pessoas tenham um controle direto sobre ela. 
Tratar apenas como “opção”, enquanto escolha, nos leva a compreender que é sempre mais fácil escolhermos a heterossexualidade, que é orientação mais aceita atualmente, em relação a demais formas que são discriminadas. 
No entanto, não se trata de algo que se escolhe de forma totalmente voluntária e que se modifica de acordo com convivências. Vivemos em um contexto de supervaloração da heteronormatividade como orientação sexual tida enquanto mais “saudável”, “normal”, “correta” e naturalmente esperada pela sociedade em detrimento das demais orientações.
A manifestação da sexualidade pode aflorar em todos as faixas etárias, em especial naadolescência, portanto, ignorar ou reprimir o debate não é a resposta mais adequada para que esses jovens cresçam encarando todas as formas de sexualidade como saudáveis e naturais, compreendendo a diferença e respeitando seu próprio tempo e o das demais pessoas.
1466302_428508377248997_1660557474_nUm jovem que se descobre enquanto heterossexual possui muito mais tranquilidade e naturalidade para tratar e exercer sua sexualidade do que aquele que se descobre enquanto homossexual ou transgênero, tendo estes últimos que ora esconder seus impulsos e desejos, ora lidar com violências cotidianas por colegas, família e os próprios educadores. Por isso, cabe à escola compreender e educar para o respeito a todas as formas e manifestações de sexualidade de forma a não reproduzir estereótipos e preconceitos, prevenindo assim casos de violência a que jovens estão sujeitos e sujeitas simplesmente por se desviarem do que é considerado natural.
  Identidade de gênero
 A identidade de gênero é muitas vezes incompreendida e confundida com orientação sexual. As duas são dimensões diferentes. A identidade de gênero remete à constituição do sentimento de identidade, nos ajuda a pensar o lugar do indivíduo no interior de uma cultura e que, nem sempre, corresponde ao sexo. Uma pessoa que nasceu do sexo masculino pode ter a sua expressão de gênero como mulher; assim como uma pessoa que nasceu do sexo feminino pode ter sua expressão de gênero como homem. Essas são as pessoas trans, pois transformam o destino do gênero que lhes foi socialmente imputado de acordo com a sua genitália (pênis ou vagina). Pessoas transexuais podem ser heterossexuais, lésbicas, gays ou bissexuais; assim como as pessoas cis (que vivem sua identidade de gênero de acordo com o destino que é esperado a partir de sua genitália).
A vivência discordante de um gênero (que é cultural, social) com o que se esperaria de alguém com determinada genitália não deve ser tratada como uma doença, mas sim como uma questão de identidade.
GêneroQuando uma pessoa tem uma identidade de gênero diferente do que foi esperado socialmente a partir da sua genitália ela passa por um processo que chamamos de transformação. Durante esse processo, que muitas vezes acontece na adolescência ou no início da fase adulta, existe uma dificuldade muito grande de socialização em diversos ambientes, sendo o ambiente escolar um dos locais de muita dificuldade. A persistência de homens e mulheres trans* na escola é muito difícil pois são constantemente agredidas pelos colegas, professores e funcionários na escola; criando uma situação de desconforto até para a utilização do banheiro, por exemplo. 
Respeitar a identidade de gênero, é reconhecer que as pessoas são diferentes, é respeitar a diversidades das identidades sociais. 
É somente com a promoção de uma educação que ensine a respeitar as diferenças que poderemos combater os altos índices de morte das população trans* na sociedade e sua evasão escolar, tendo em vista que ao não serem reconhecidas e respeitas, muitas pessoas trans abandonam a escola, por não se sentirem incluídas, por não conseguirem conviver em ambiente tão hostil.
Violência
A intolerância, machismo, homofobia, transfobia e racismo são vivenciados diariamente por mulheres, gays, lésbicas, travestis, transexuais, negros, indígenas, dentre outros são expressas em dados alarmantes de violência. 
Por isso, quando defendemos o debate sobre gênero e diversidade sexual dentro das escolas estamos atribuindo a educação como estratégico e importante papel no combate ao preconceito e violência vivenciados por esta população.
Sabemos que a violência contra mulheres e a população LGBTT no Brasil é endêmica. 
violência antes dos 18O Mapa da Violência 2012 nos mostra que “nos 30 anos decorridos entre 1980 e 2010 foram assassinadas no país mais de 92 mil mulheres, sendo 43,7 mil só na última década. O número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%, mais que triplicando o quantitativo de mulheres vítimas de assassinato no país”. 
O documento afirma também que este é apenas a ponta do iceberg e que há um “enorme número de violências cotidianas [que] nunca alcança a luz pública”. 
Ainda, 26% dos brasileiros acham que mulher de roupa curta merece ser atacada, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Numa rápida pesquisa no Google, nos deparamos com manchetes do tipo: “a cada dez minutos uma mulher é vítima de estupro no Brasil” e “Brasil registra 50 mil casos de estupro por ano”.
E ainda o “Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil”, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, revela que no ano de 2012 houve 9.982 denúncias de violações dos direitos humanos de pessoas LGBT, bem como pelo menos 310 homicídios de LGBT no país. 
enhanced-3873-1434487933-6Não se trata de um ano atípico, mas sim de um quadro que se repete todos os anos.
Entre diversos estudos sobre preconceito e discriminação em estabelecimentos educacionais, a pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” (2009), realizada pelo Inep e parceiros, em uma amostra nacional de 18,5 mil estudantes, pais e mães, diretores(as), professores(as) e funcionários(as), revelou que as atitudes discriminatórias mais elevadas se relacionam a gênero (38,2%); orientação sexual (26,1%); étnico-racial (22,9%); e territorial (20,6%).
A discriminação tem relação direta com a evasão escolar, por exemplo, o índice de evasão escolar da população transexual chega a 73% (dados da Antra), devido ao preconceito e violência cotidianamente sofridos nas escolas , praticados por alunos e/ou educadores. 
Esse dado expressivo de abandono escolar reflete em uma limitação de escolhas e inserção precarizada no mercado de trabalho. 
As escolas precisam ser inclusivas e promover o respeito para que essa população não seja marginalizada desde a adolescência, assegurando educação como possibilidade de emancipação social, econômica e cultural, sobretudo garantindo novas oportunidades de emprego. 
images (1)A única forma de reverter este quadro desolador é através de uma educação voltada para o respeito. A existência da diferença entre os seres humanos é inegável e esta diversidade precisa ser respeitada! 
Vamos aprender a valorizar a beleza da diversidade! 
  • Porque crianças e adolescentes precisam construir desde cedo noções de respeito, dignidade e cidadania para todas e todos, independente de raça, classe, identidade de gênero, orientação sexual e religião!
  • Porque existem crianças que têm outra identidade de gênero e precisam ser acolhidas quando descobrem isso!
    valorize a diversidade
  • Porque existem adolescentes homossexuais e eles precisam saber que está tudo bem!
  • Porque temos que preparar nossas meninas para serem mulheres fortes e autônomas que podem fazer tudo que quiserem!
  • Porque as piadinhas homofóbicas e racistas ou as que maculam a imagem das mulheres mitigam a alma da pessoa “zoada” por dentro, dilacera sua confiança em si mesma, faz com que ela não acredite em seu potencial!
É por essas e outras que as professoras e professores precisam de formação e informação para lidarem com estes temas de maneira responsável e o poder público precisa garantir a confecção de materiais didáticos comprometidos com a igualdade de gênero e diversidade!
Algumas controvérsias do debate sobre “Ideologia de gênero” em Campinas
1.       “Pela família de Campinas!”. Não estamos querendo destruir a família, pelo contrário! Entendemos que existem hoje novas possibilidades e configurações de família e que TODAS elas deverão ser tratadas com igual respeito. 
Mães solteiras, Avós que cuidam dos netos, Pais solteiros, Casais de Gays e de Lésbicas que adotam crianças, Casal hetero que não quer ter filhos, etc, etc, etc, podem se constituir enquanto família. Sim, inclusive a normativa: papai, mamãe e filhinhos. Defender a família é reconhecer os vínculos afetivos que a formam, família é a entidade máxima do carinho, do amor e do cuidado, onde estiver!
resize2.      Não buscamos retirar o direito de cada família, de acordo com suas crenças e concepções de mundo, de educar suas crianças e adolescentes em casa. Esse direito não está em disputa, já é um direito assegurado. Defendemos o acesso a saúde, educação, moradia e lazer de qualidade para todas e todos. 
O que debatemos aqui é o papel da ESCOLA que, enquanto outro espaço de educação e socialização, tem o dever de promover uma educação inclusiva, erradicar preconceitos e promover o diálogo e o respeito com a diversidade. 
3.      A violência existe, não pode ser negada: está expressa em dados estatísticos compilados por órgãos competentes. A saída para combater as desigualdades todos sabemos décor: educação. Portanto, educar para a diversidade se constitui em uma importante ferramenta para que crianças e adolescentes cresçam cada vez mais livres de preconceitos, entendendo que determinados gestos (como piadas homofóbicas e racistas) machucam  e geram violência, aprendendo que todos somos diferentes e que a diversidade enriquece.
4.      Nenhuma “ideologia” está em disputa. Não queremos impor alguma visão de mundo de mão única.  O debate de gênero e orientação sexual visa apenas promover a tolerância e reconhecer a diversidade que JÁ EXISTE (e as novas que possam existir), encarando-a de forma natural, sem discriminação, para que possamos ter uma convivência saudável e cada vez mais igualitária.
5.  Nosso Estado é laico e a laicidade garante a livre expressão de religião e de não-religião. Uma escola realmente democrática não pode estar submetida a preceitos de alguma religião específica. Ao contrário, deve incluir e debater a diversidade seja ela religiosa, étnica, sexual, racial, etc. 
6.      Ideologia de gênero: isso não existe! Há uma grande confusão aqui. Discutir “gênero” e “orientação sexual” não é a imposição de uma ideologia de gênero. É discutir e reconhecer uma realidade social.
11377118_837239256324680_5188387924786186080_n7.      A desigualdade de GÊNERO existe, é uma realidade expressa em dados. Portanto, debater na escola é importante para entendermos a origem dessa desigualdade com o objetivo de transformá-la.
8.      A desigualdade por ORIENTAÇÃO SEXUAL existe, é uma realidade expressa em dados. Portanto, debate na escola é importante para entendermos a origem dessa desigualdade com a ideia de que podemos transformá-la.
9.      Proibir o debate é censurar e não contribuir para o combate ao preconceito e à violência cotidianamente vivenciados por mulheres, lésbicas, gays, travestis, trans, dentre outros. Negar a existência dessa diversidade e da desigualdade a que estas pessoas estão submetidas em nossa sociedade é corroborar para a perpetuação da violência!
10.   O princípio da igualdade é previsto e garantido por nossa Constituição Federal, o que evidencia o caráter profundamente inconstitucional dessa emenda.
 
GDEA discussão é sobre a ampliação de direitos e não retirar de uns para dar para outros!
A discussão é sobre reconhecimento da diversidade!
A discussão é sobre igualdade de direitos!

Fonte: https://marchavadiascampinas.milharal.org