quinta-feira, 28 de maio de 2015

Jovem do sexo neutro: “Não sabia se eu era homem ou mulher”

Novo gênero surge como opção para identificar as pessoas que não se encaixam nem com o masculino nem com o feminino. Jovem paulistano Purin conta como se descobriu um neutro

No início deste mês de abril de 2014, a Suprema Corte da Austrália reconheceu os ‘neutros’, pessoas que não se identificam nem como homem nem como mulher. A Justiça australiana tomou essa decisão depois de ser acionada por Norrie, que nasceu homem e fez uma cirurgia de mudança de sexo para se tornar mulher, mas que não conseguiu se encaixar no escaninho ‘feminino’. Do outro lado do hemisfério, na Índia, o Supremo Tribunal reconheceu na última terça-feira (15) a existência de um terceiro gênero só para os transexuais.
Arquivo pessoal Purin optou pelo gênero neutro por não se identificar com os gêneros binários
Junto a outras sentenças de tribunais ao redor do globo, essas duas decisões evidenciam que o padrão binário feminino e masculino já não dá conta de encaixar as identidades sexuais existentes. A professora de inglês Purin, 20, percebeu este desencaixe logo na infância.
“Quando eu era menor, lembro-me de pentear os cabelos da minha mãe e pensar que eu queria ser mulher porque só elas tinham cabelos grandes, roupas bonitas e coloridas. Conforme fui crescendo, descobri que homens também podiam fazer essas coisas, mas eram vistos pela sociedade de uma forma pejorativa, como um homem tentando ser mulher. Tudo passava pela minha cabeça em meio a uma confusão mental sem igual, porque não sabia se eu era homem ou mulher”, relata Purin, que nasceu biologicamente com o sexo masculino.
Purin teve o insight de que era alguém do gênero neutro quando se deparou com a chamada Teoria Queer. A corrente de pensamento originada nos Estados Unidos defende que a orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero são construções sociais e não apenas condições biológicas. A doutrina assinala ainda a existência da heteronormatividade, que é a imposição de padrões de comportamento pela maioria heterossexual.
“Comecei a querer ser tratada pelo pronome feminino. Modifiquei meu nome nas redes sociais. Muitas coisas começaram a se acalmar dentro de mim”, conta a professora, que adotou este nome por ele não poder ser identificado com nenhum gênero. Mas ao falar de si, Purin usa pronomes e artigos femininos.
Norrie conseguiu na Justiça o direito de ter em seus documentos o gênero neutro

Fonte: http://igay.ig.com.br/

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