segunda-feira, 27 de abril de 2015

"Feminista: a pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica entre os sexos.”

Principal escritora nigeriana de sua geração, Chimamanda Ngozi Adichie é uma mulher inspiradora. Nascida em 1977 na Nigéria, teve seus livros já traduzidos em mais de 30 línguas e coleciona prêmios com suas publicações, sobretudo com “Americanah”. O romance, cuja trama tem em seus pontos-chaves o amor e o preconceito, narra a história de uma mulher bem-sucedida que volta a sua terra natal para reencontrar o grande amor de sua vida. O romance foi vencedor do National Book Critics Circle Award, concedido pela associação de críticos dos Estados Unidos, e eleito um dos 10 melhores livros do ano pela New York Times Book Review.
Sua trajetória no mundo literário teve início aos 19 anos quando deixou a Nigéria, onde estudava medicina e farmácia, para se dedicar aos estudos de comunicação e ciências políticas nos Estados Unidos. Chimamanda concluiu sua formação e ficou no país até o fim do mestrado em escrita criativa.
"Americanah" é o terceiro livro da escritora de 36 anos. No entanto, suas obras anteriores “Hibisco roxo”, de 2003, e “Meio sol amarelo”, de 2006 - ambos lançados no Brasil pela Companhia das Letras - também receberam boas críticas em todo o mundo.
Em 2013, a escritora viu seu poderoso discurso feito no TEDx Talk, “We should all be feminists” (“Todos nós deveríamos ser feministas”), viralizar na internet, ganhar atenção da mídia e até ter um trecho reproduzido na música “Flawless”, da cantora pop Beyoncé. Nele, a autora fala sobre sua experiência em ser uma feminista africana e compartilha sua visão sobre construção de gênero e sexualidade.

Nós ensinamos as meninas a se retraírem para diminuí-las. Nós dizemos para as garotas: você pode ter ambição, mas não muita. Você deve ser bem sucedida, mas não muito. Caso contrário, ameaçará o homem. Porque eu sou uma fêmea, esperam que eu deseje me casar, esperam que eu faça as minhas próprias escolhas na vida sempre tendo em mente que o casamento é o mais importante.
O casamento pode ser uma fonte de alegria, amor e apoio mútuo, mas por que ensinamos às garotas a aspirar o casamento e não ensinamos a mesma coisa aos meninos? Educamos as garotas a se verem como concorrentes, não por emprego ou por realizações - o que eu penso que pode ser uma coisa boa -, mas sim pela atenção dos homens. Nós ensinamos as garotas que não podem ser seres sexuais da mesma forma que os garotos são.
Feminista: a pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica entre os sexos.”

Contrariando o estereótipo associado às feministas, a escritora afirma em seu discurso que em determinado momento precisava se descrever como uma “feminista africana feliz que usa gloss e salto alto para ela mesma, não para os homens”.


Assista ao vídeo aqui: We should all be feminists






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