O Núcleo de Gênero e Diversidade tem como principal escopo a propagação de ações relacionadas à educação sem homo e transfobia e à diversidade de gênero, visando respeito à livre orientação sexual e as relações igualitárias entre todos.
Exposição traz mulheres em processo de autodescoberta e busca reflexão sobre o papel da figura feminina na natureza e na sociedade
Entre 29 de junho e 31 de julho, a mostra “Mulheres da Lua”, da fotógrafa Camilla Albano, ocupa espaço da Kaleidoscope Galeria de Arte, inaugurada em maio deste ano por um dos mais conceituados estúdios de tatuagem de Fortaleza. A entrada é Catraca Livre.
“Mulheres da Lua” é uma mostra inédita, que traz 24 obras do projeto fotográfico onde Camila registrou, com sensibilidade e magnífica beleza, mais de 60 figuras femininas resgatando o seu espírito livre e selvagem.
Grupo Identidade move dois processos contra empresa de RH responsável, acusada de homofobia. O anúncio buscava pessoa hétero, magro, sem tatuagem ou piercing
Foto: Camila Moreira/ AAN
Grupo de Luta Pela Diversidade Sexual ingressou com dois processos administrativos contra uma empresa de Recursos Humanos de Campinas pela publicação de um anúncio de vaga de emprego para garçom
O Identidade - Grupo de Luta Pela Diversidade Sexual ingressou com dois processos administrativos contra uma empresa de recursos humanos de Campinas pela publicação de um anúncio de vaga de emprego para garçom, que entre os requisitos “profissionais” exigia que o candidato fosse “hétero e magro”. O anúncio foi feito no site da empresa. O grupo Identidade considerou que o anúncio é discriminatório, fere a Constituição Federal e a Lei Estadual Anti-homofobia.
A direção da empresa acusada afirmou que tomou conhecimento do anúncio apenas nesta terça-feira, 30, e que o texto seria objeto de uma invasão sofrida pelo site por hackers. A empresa retirou o texto da internet e no lugar publicou uma nota se desculpando.
Para se candidatar às duas vagas de garçom, os interessados precisavam, de acordo com a publicação, ter boa aparência, ser maiores de 18 anos, do sexo masculino ou feminino, não fumar, não possuir tatuagem, não usar piercing ou brincos exagerados, ser heterossexual, ter o Índice de Massa Corporal (IMC) dentro do padrão da Organização Mundial da Saúde (OMS), ser educado, ter boa dicção e escrita, além de noções de matemática.
O candidato também precisaria residir nas proximidades da Chácara da Barra e ter conhecimentos da rotina de atendente de fast food.
O site não indicava a data de anúncio da vaga, mas chegou ao conhecimento do Grupo Identidade na última quinta-feira. No dia seguinte, segundo informou Paulo Mariante, coordenador de Direitos Humanos do Grupo Identidade, afirmou que foram protocolados dois processos — um junto à Comissão Processante Especial da Secretaria de Justiça e de Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo e o outro junto à Comissão Especial Processante da Secretaria de Assuntos Jurídicos de Campinas, com base na Lei Municipal.
“O anúncio tem outros itens que eventualmente poderiam ser questionados, como o uso de piercing, de tatuagem, que são elementos de adorno e culturais. Nesse caso, a proibição é discutível. Agora, a orientação sexual de um trabalhador fazer diferença ou não na contratação é inadmissível”, afirmou. A Constituição Federal, segundo Mariante, estabelece como princípio combater qualquer forma de discriminação, princípio constitucional que deu origem à lei estadual que proíbe a discriminação, seja na admissão ou durante o trabalho. “A pessoa não pode deixar de ser admitida por ser homossexual ou travesti e nem ser demitida por esse motivo. Isso é ilegal. O empregador deve se restringir a requisitos de capacitação técnica”, afirmou.
Nas duas representações, o grupo solicitou que a empresa de RH informe qual o estabelecimento que pediu o anúncio para que ele também seja incluído no processo. “Se alegarem que é uma questão de sigilo vai ser pior ainda porque vão estar protegendo quem cometeu o ato discriminatório”, acrescentou. Mariante, que também faz parte do Conselho de Direitos Humanos de Campinas, destacou que a discriminação contra gays, lésbicas, travestis e transsexuais no mercado de trabalho ocorre com muita frequência. “Não são poucos os casos que chegam ao nosso conhecimento. Esses fatos não são raros e uma das nossas dificuldades é que a legislação trabalhista não dá garantia no setor privado e as pessoas por medo de perder o emprego não denunciam.”
O diretor da empresa de RH Marcos Vinícius Alvim afirmou que apenas nesta segunda-feira, 29, tomou conhecimento do anúncio e providenciou que o texto fosse retirado do ar. “Não sabíamos. Até por que a nossa empresa não trabalha com recrutamento e seleção, mas no segmento de terceirização de mão de obra. Criamos o site apenas para registro do domínio e ele sofreu uma invasão. Estamos investigando de que forma isso ocorreu. Vamos pedir desculpas formalmente às pessoas que se sentiram atingidas pelo texto e reiteramos que essa não é a posição da nossa empresa.”
Depois de fazer uma petição na web e, com ela, conseguir alterar o verbete casamento no dicionário Michaelis - de “união legítima entre homem e mulher” para “ato solene de união entre duas pessoas” -, o cientista político Eduardo Santarelo, de 34 anos, pensa agora se seria possível lançar um movimento também para mudar o conceito na Constituição Federal. No parágrafo terceiro da Lei, “para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.
- Grande passo seria mudar a Constituição. Já me deram essa ideia. Vou pensar nisso, me reunir com amigos, já que sozinho ninguém faz nada. Teria que haver uma mobilização maior. Seria uma coisa em outra dimensão - disse Eduardo, casado há três anos com Maurício Fernandes Gomes.
A questão da semana é o caso da internauta que não quis transar com o marido, porque não se sentia bem, mas ele a forçou ir para a cama, rasgou sua roupa e a penetrou contra a vontade dela.
É dessa forma de violência que as mulheres têm mais dificuldade de falar e, no entanto, ela está presente em muitos relacionamentos. A violência sexual abrange um espectro bastante amplo, que vai do assédio sexual à exploração sexual, passando pelo estupro conjugal.
A internauta que nos relatou seu caso não está sozinha. Tânia, uma designer de 36 anos, chegou aos prantos à primeira sessão de terapia. “Meu casamento não ia nada bem, tanto que eu tentava conversar com meu marido sobre uma possível separação. Já não fazíamos sexo há vários meses, apesar das insistências dele. Na sexta-feira de manhã ele parece ter perdido a paciência: com raiva, me jogou na cama, me amarrou e me estuprou.”
Em um estudo, na França, com uma amostragem de 148 mulheres vítimas de violência no casal, que foram objeto de decisão judicial, 68% das que foram interrogadas relataram ter sofrido, além de pancadas e ferimentos, violência sexual.
E as mulheres sexualmente agredidas apresentavam, significativamente, mais sintomas psicológicos pós-traumáticos do que as que haviam sofrido apenas violência física sem componente sexual. A violência sexual tem duas formas de se manifestar: pela humilhação ou pela dominação.
De qualquer forma, toda violência sexual é bastante traumatizante. É, sobretudo, um meio de sujeitar o outro. O que não tem nada a ver com o desejo; é simplesmente, para o homem, um modo de dizer: “Você me pertence”.
É importante que todos saibam que sexo sem consentimento, mesmo com o marido, é estupro. E pela legislação brasileira estupro é crime hediondo, com pena de 6 a 10 anos de prisão. O ideal seria que toda mulher estuprada pelo marido desse parte dele à polícia e se separasse, como sugeriram vários internautas. Mas a questão não é simples.
Marie-France Hirigoyen, psicanalista francesa que escreveu um livro sobre a violência no casal, faz uma severa crítica aos psicanalistas que consideram que as mulheres que permanecem na relação experimentam uma satisfação de ordem masoquista em ser objeto de sevícias. “É preciso que esse discurso alienante cesse, pois, sem uma preparação psicológica destinada a submetê-la, mulher alguma aceitaria os abusos psicológicos e muito menos a violência física.”
Hirigoyen, acredita que antes da primeira violência física as mulheres devem cortar o mal pela raiz, reagindo à violência verbal e psicológica. Para isso é essencial que elas aprendam a perceber os primeiros sinais de violência para encontrar em si mesmas a força para sair de uma situação abusiva. Compreender por que se tolera um comportamento intolerável é também compreender como se pode sair dele.
Se o governador não vetar o texto, colégios ficam obrigados a celebrar o Dia Nacional da Valorização da Família
Em meio ao toque de caixa que marcou a última sessão antes do recesso da Câmara Legislativa do Distrito Federal nessa terça-feira (30/6), os distritais aprovaram projeto que limita entidade familiar a "núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável". Desde janeiro, os parlamentares haviam aprovado 19 projetos de autoria do Legislativo; ontem foram 54.
Sem qualquer objeção, Rodrigo Delmasso (PTN) conseguiu aprovar a “implantação da política pública de valorização da família”. Caso o texto não seja vetado pelo governador, fica estabelecida como entidade familiar na capital federal apenas a união entre um homem e uma mulher. Além de conceder diversos benefícios que excluem homossexuais, o projeto prevê a inclusão da disciplina “educação para família” no currículo das escolas do DF. Os colégios ficam formalmente obrigados a celebrar, todo 21 de outubro, o Dia Nacional da Valorização da Família.
A bancada evangélica não se restringiu a legislar sobre lares e escolas. Está na mesa do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) projeto que desobriga estabelecimentos religiosos de pagar ICMS em serviços como água, luz, gás e telefone. Cobrado desde o início do mandato pelo senador José Antônio Reguffe (PDT), por ter se comprometido durante a campanha, o socialista ainda terá de tomar partido quanto à isenção do mesmo imposto para medicamentos genéricos.
Escritora, professora e pesquisadora da University of Houston Graduate College of Social Work, nos EUA, Brené Brown estuda conexões humanas, incluindo temas como coragem, dignidade, vergonha e nossa habilidade de sentir empatia, pertencer, amar.
No player abaixo você confere a produção (com legendas em português).Em uma de suas famosas palestras no TED, ela compartilhou o resultado de sua pesquisa sobre dois sentimentos: simpatia e empatia. Uma animação foi criada para acompanhar a fala da pesquisadora, que mostra que empatia talvez seja o sentimento mais necessário à humanidade nos últimos tempos.
Ator participa de campanha contra homofobia, lançada nesta quarta-feira (01) no Rio
Nesta quarta-feira (01), o Circo Voador, no bairro carioca da Lapa, será o palco do lançamento da campanha Rio sem Preconceito, com o tema CEDS: A sua voz na Luta Contra a Homofobia, com show de Zélia Duncan, Preta Gil, Mart'nália, Roberta Sá, entre tantos, acompanhados pela banda de Pretinho da Serrinha. Vários artistas foram convidados para gravar vídeos - que serão exibidos nos transportes públicos do Rio e para o Brasil inteiro pela TV a cabo - a convite de Carlos Tufvesson, coordenador da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio (CEDS). Entre eles, Paolla Oliveira, Betty Lago, Thiago Martins, Marcos Pasquim, Bruno Gagliasso e Glória Pires; quatro deles pais de família que defendem, com unhas e dentes, a luta contra o preconceito: Antonio Pitanga, Mateus Solano, Alexandre Borges e Stênio Garcia. “As pessoas precisam se educar. Precisamos dar um basta e cuidar melhor do Brasil e das pessoas do país. O preconceito escancara a falta de caráter. É uma coisa que realmente torna-se uma fraqueza de quem o exerce", diz Borges à coluna.
Solano, que protagonizou, ao lado de Thiago Fragoso, o comentado beijo gay da novela Amor à Vida, diz: “Combato o preconceito sendo eu mesmo, fazendo o mínimo de concessões que a sociedade pede e não acho bacana. O machismo não é bacana. A homofobia não é bacana. E tantas outras fobias derivadas do preconceito certamente não tem raiz em mim”.
Com 83 anos recém-completados, Stênio Garcia comenta que é vítima de preconceito por ser casado com uma mulher 36 anos mais jovem, Marilene Saade. “Sou considerado uma pessoa idosa e amo uma jovem. Existe preconceito também, mas estou aqui para lutar contra isso. Estamos agindo pelo indivíduo, pela cidadania. Sou brasileiro, cidadão, gosto de ser livre e quero que a discriminação não atinja mulheres, gays, lésbicas, negros...". Os vídeos foram dirigidas por Sônia Moraes com produção de elenco de Candé Salles.
Uma das dançarinas mais populares do American Ballet Theater, Misty Copeland, foi promovida
Foi um feito histórico para os Estados Unidos e para o mundo. Nesta terça-feira, dia 30, Misty Copeland, se tornou a primeira mulher negra a ganhar o posto principal, de primeira bailarina, do American Ballet Theater, em seus 75 anos de história. "Como dançarina, quando você é colocado na frente dos holofotes e um público, é uma forma de arte subjetiva. Nem todo mundo vai gostar de você. Mas é difícil quando você está sendo julgado por coisas que você não pode controlar, como a cor de sua pele ou o tipo de corpo que você tem", disse ela, ao jornal Huffington Post, no ano passado.
Aos 32 anos, Misty é uma das dançarinas mais populares dos Estados Unidos, e, após 14 anos dedicados ao balé, fez sua estreia em Nova York neste ano, nos espetáculos Lago dos Cisnes e Romeu e Julieta. Ainda neste ano, ela esteve nas capas das revistas Time e Vanity Fair, e estrela o documentário Balerina´s Tale, atualmente exibido no Tribeca Film Festival.
Baseado na obra de Caio Fernando Abreu, o filme é uma adaptação da peça homônima para as telas. Luiz Fernando Almeida encarna um ser humano que vê o mundo e não se sente inserido no mundo que vê.
Com direção Dino Menezes. Co-direção: Fabiano Keller e Michel Custodio. Produção Executiva: Luiz Fernando Almeida.
Dama da Noite é um dos textos mais conhecidos da homocultura brasileira. Assista agora o filme completo:
“Esta é uma grande vitória em nossa longa luta contra o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis, e um passo importante no sentido de ter uma geração livre da AIDS”, disse a diretora-geral da OMS.
Cuba se tornou nesta terça-feira (30) o primeiro país do mundo a receber a validação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de eliminação da transmissão vertical – de mãe para filho- do HIV e da sífilis.
“Eliminar a transmissão de um vírus é uma das maiores conquistas possíveis em saúde pública”, disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. “Esta é uma grande vitória em nossa longa luta contra o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis, e um passo importante no sentido de ter uma geração livre da AIDS”, concluiu.
O diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), Michel Sidibé, acrescentou: “Esta é uma celebração para Cuba e uma celebração para as crianças e famílias em todos os lugares. Ela mostra que acabar com a epidemia da AIDS é possível e esperamos que Cuba seja o primeiro de muitos países pela frente a buscar esta validação da eliminação da epidemia entre as crianças.”
Todos os anos, mundialmente, cerca de 1,4 milhões de mulheres que vivem com HIV engravidam. Se não forem tratadas, a chance de transmissão do vírus para seus filhos durante a gravidez, o parto ou a amamentação é de 15-45%.
No entanto, esse risco cai para pouco mais de 1% se medicamentos antirretrovirais forem dados para as mães e as crianças durante estas etapas em que a infecção pode ocorrer. O número de crianças que nascem anualmente com o HIV caiu quase pela metade desde 2009 – saindo de 400 mil em 2009 para 240 mil em 2013. Mas a intensificação dos esforços será necessária para atingirmos o objetivo global de menos de 40 mil novas infecções em crianças por ano até o fim de 2015.
Quase 1 milhão de mulheres grávidas em todo o mundo são infectadas com sífilis anualmente. Isso pode resultar em abortos, em feto natimorto, em morte neonatal, ou em bebês com baixo peso ao nascer e/ou com infecções neonatais graves. No entanto, a testagem e o tratamento, como a penicilina, que são simples, efetivos e de baixo custo durante a gravidez, podem eliminar a maioria dessas complicações.
A conquista realizada por Cuba
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS da Organização Mundial de Saúde (OMS) tem trabalhado com parceiros em Cuba e em outros países nas Américas desde 2010 para implementar uma iniciativa regional de eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis.
Como parte da iniciativa, o país tem trabalhado para garantir acesso desde o início do pré-natal, testagem para HIV e sífilis tanto para mulheres grávidas como para seus parceiros, tratamento para mulheres com diagnóstico positivo e seus bebês, partos cesarianos e substituição do aleitamento materno.
Estes serviços são fornecidos como parte de um sistema de saúde equitativo, acessível e universal em que os programas de saúde materno-infantil são integrados à atenção em HIV e às infecções sexualmente transmissíveis.
“O sucesso de Cuba demonstra que o acesso universal e a cobertura universal de saúde são viáveis e, de fato, são a chave para o sucesso, mesmo contra desafios tão assustadores como o HIV”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. “A conquista realizada hoje por Cuba serve de inspiração para que outros países avancem no sentido da eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis”.
Os esforços globais para impedir a transmissão de mãe para filho do HIV e da sífilis
Houve grandes esforços nos últimos anos para garantir que as mulheres obtivessem o tratamento de que necessitam para permanecer saudáveis e para manter suas crianças livres do HIV e da sífilis. Uma série de países se encontra agora preste a eliminar a transmissão de mãe para filho de ambas as doenças.
Em 2007, a OMS lançou a Eliminação mundial da sífilis congênita: fundamento lógico e estratégia para a ação. A estratégia visava a aumentar o acesso global à testagem e ao tratamento de sífilis para mulheres grávidas. Em 2014, mais de 40 países reportaram realizar testes de sífilis em 95% ou mais das gestantes durante o pré-natal.
Mas apesar do progresso, muitos países ainda precisam tratar como prioridade a prevenção e o tratamento da transmissão da sífilis de mãe para filho. Em 2012, a sífilis causou 360 mil natimortos, mortes neonatais, prematuridade e infecções nos bebês.
Em 2011, UNAIDS, OMS e outros parceiros lançaram o Plano Global para a eliminação de novas infecções pelo HIV entre crianças até 2015, mantendo suas mães vivas. Este movimento global tem incentivado a liderança política, a inovação e o envolvimento das comunidades para garantir que as crianças permaneçam livres do HIV e que suas mães mantenham-se vivas e saudáveis.
Entre 2009 e 2013, duplicou a proporção de mulheres grávidas vivendo com o HIV em países de baixa e média renda, e que recebem medicamentos antirretrovirais eficazes para prevenir a transmissão do vírus aos seus filhos. Isto significa que, globalmente, sete em cada 10 mulheres grávidas vivendo com HIV nestas localidades agora recebem estes medicamentos. De acordo com dados de 2013, entre os 22 países que respondem por 90% das novas infecções pelo HIV, oito já reduziram as novas infecções entre as crianças em mais de 50% desde 2009, e outros quatro países estão perto desta marca.
OMS processo de validação
Em 2014, a OMS e parceiros-chave publicaram as Orientações sobre processos e critérios globais para a validação de eliminação da transmissão de mãe para filho do HIV e da sífilis, que descreve o processo de validação e os diferentes indicadores que os países precisam atingir.
Como o tratamento para a prevenção da transmissão vertical não é 100% eficaz, a eliminação da transmissão é definida como a redução a um nível tão baixo que já não constitui um problema de saúde pública.
Uma missão de peritos internacionais convocada pela OPAS/OMS visitou Cuba em março de 2015 para validar o progresso rumo à eliminação da transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis. Durante cinco dias, os membros visitaram centros de saúde, laboratórios e escritórios do governo por várias regiões da ilha, entrevistando funcionários da saúde e outros atores-chave. A missão incluiu especialistas da Argentina, Bahamas, Brasil, Colômbia, Itália, Japão, Nicarágua, Suriname, Estados Unidos da América e Zâmbia.
O processo de validação deu atenção especial ao respeito pelos direitos humanos, a fim de confirmar que os serviços estavam sendo prestados sem coerção e de acordo com os princípios dos direitos humanos.
Para atrair novos doadores de sangue no país, a Suécia decidiu usar uma tecnologia que já está um pouco ultrapassada para alguns, mas que trouxe bons resultados: as mensagens de texto (ou SMS).
O sistema de notificações já existia, enviando mensagens que mostram que doar sangue é uma boa ideia. Agora, porém, o doador também recebe uma SMS quando seu sangue é utilizado para salvar uma vida.
A Emma nem repara, na maioria das vezes. E quando ela repara, ela quase sempre não diz nada. Às vezes, ela olha com um olhar matreiro, e faz o sinal de “chiu” com o dedo na frente dos lábios. Ela sacode a cabeça de levezinho e esconde a risada sobre o pequeno segredo que nós compartilhamos.
O segredo é que ela é uma menina, que parece igualzinho um menino.
“Está tudo bem”, eu digo. Mas eu não sinto que está tudo bem. Eu me sinto protetora e embaraçada ao mesmo tempo, e até mesmo envergonhada.
E me sinto muito envergonhada do meu desconforto.
Quando Emma anunciou pela primeira vez que ela queria cortar o cabelo todo, eu chorei. Não na frente dela, claro. A ela, eu perguntei o porquê, e depois disse para ela encontrar uma foto na Internet que ela pudesse mostrar para a cabeleireira.
E depois fui para o chuveiro e chorei.
Eu não chorei porque ela queria cortar seu longo cabelo, mas porque ela queria “o cabelo igual ao de um menino”. Por algum motivo, essa foi a gota que fez o copo transbordar.
Emma não usa vestidos desde que ela tinha dois anos de idade. Ela odeia vestidos. Agora, com 10 anos, ela usa shorts de tecido e uma camiseta dos Packers ou um moletom, ou algo velho e manchado, recebido de graça. Quando ela “capricha no visual” ela usa skinny jeans e uma camisa de estampado quadrado, e um tênis Converse verde.
Eu admito que o seu sentido de moda sempre me deixou um pouco triste. Quando eu descobri que estava grávida de uma menina, corri para casa e pintei o berçário em dois tons de cor-de-rosa, fantasiando com fins de semana só de meninas e visitas ao shopping. Eu a ensinaria a cuidar do cabelo e a pintar as unhas. Eu estava impaciente para começar a jornada com a minha “pequena-eu”.
Mas a realidade é que crianças não são bonecas, e em vez de uma “pequena-eu”, trouxe ao mundo um ser humano completamente separado e independente, com ideias e sonhos próprios. E sim, isso me deixou um pouco triste.
Isso também me deixou muito orgulhosa. Eu sempre fiquei admirada com o forte sentido de personalidade da minha filha, e do quão cedo isso se desenvolveu. Eu já me gabei várias vezes: “Ela já recusava usar vestidos antes mesmo de saber falar!”
Eu lutei muito contra o rótulo de “menina-rapaz.”
“Ela não é uma menina-rapaz,” eu assegurava. “Ela é uma menina que não gosta de cor-de-rosa, de vestidos, ou de brincar de princesa. Ela não precisa de rótulos, ela é o que é. ‘Menina’ é tudo isso e muito mais!”
Eu pensava que a estava empoderando, e ensinando a aceitar e amar tudo o que ela era e que viria a ser. Eu fico pensando se na verdade eu não estava também mantendo a esperança de que o meu antigo sonho pudesse ressuscitar.
Porque eu chorei no chuveiro quando ela me disse que queria cortar o cabelo curtinho.
“Nós não vamos ter netos!” Eu disse entre soluços para o meu marido do outro lado da cortina do chuveiro. “E aposto que nenhum dos nossos filhos vai sequer ao baile da escola!”
Sim, porque não é só uma, mas ambas as minhas crianças estão constantemente resistindo e evitando as normas sociais de todos os tipos, em especial normas de identidade sexual. E sabe o que mais? Às vezes isso cansa. Às vezes é difícil ter as expectativas completamente frustradas, e ser forçada a reexaminar o status quo.
“Você não faz ideia de como o futuro será”, meu marido me disse. Minha mãe repetiu o mesmo sentimento quando eu saí do chuveiro e lhe contei do meu estouro emocional.
“E lembre-se também”, ela disse, “que você nunca pensou que alguma vez seria mãe”.
Certo. A ironia aqui é que eu não cresci sonhando em ser mãe. Eu não cresci querendo ter filhos, sequer; e foi só por causa de uma decisão financeira muito errada (o anticoncepcional é tão caro!) que eu acabei sendo confrontada com a escolha de me tornar uma mãe. Meus sonhos de maternidade, e de mim mesma enquanto mãe, são basicamente da mesma idade que os meus próprios filhos.
E aqui estava eu, chorando por hipotéticos netinhos.
O meu problema não era ter netos, eu pensei para mim mesma. Naquele momento, naquele dia, eu apenas queria muito, muito mesmo, que um dos meus filhos fosse normal, isso teria tornado tudo tão mais fácil.
Claro que eu me recompus. Eu lembrei do quão fantásticos meus filhos são. Tanto meu marido Jared e minha mãe me lembraram que qualquer tipo de resistência ao normal é culpa minha, por que eu não os eduquei para se conformarem com expectativas generalistas.
Eu ajudei Emma a escolher um corte de cabelo – um que encontramos ao procurar por “cortes de cabelo unissex” e fui com ela ao cabeleireiro.
Claro que eu também aproveitei para conversar rapidinho com ela sobre se ela seria ou não transexual.
Estamos em 2015, afinal de contas, e eu navego na Internet.
“Filha, você por acaso se sente mais um menino do que uma menina?” eu perguntei.
“Você está falando daquilo” – ela fez um gesto de virar com o indicador e o dedo médio, para ilustrar o seu ponto – “aquela coisa de mudar de sexo?”
“Um… sim? E como você sabe disso?”
“Eu vi um show sobre um menino que nasceu menina, e uma menina que nasceu menino, e eles gostaram um do outro, e fizeram uma cirurgia, e continuaram gostando um do outro!”
Estamos em 2015, e ela claramente tem tido demasiado acesso à Internet.
“Sim,” eu respondi, “é disso que eu estou falando.”
“Não, Mãe,” ela insiste, “Eu não sou um menino por dentro. Eu morro de medo de cirurgia e eu nunca faria isso!”
Naturalmente que a minha resposta foi, “e se você não tivesse medo de cirurgia?”
“Não, eu sou uma menina, eu só quero ter cabelo igual de menino.”
E ela acabou conseguindo seu cabelo de menino, e está absolutamente feliz.
Ela está encantada.
Ela chegou da escola contando logo que ela deu “a melhor resposta para cada questão prática! Minha professora disse que eu sou uma pessoa totalmente nova com esse cabelo!” Ela também deu crédito ao cabelo pelo desempenho estelar no treino de basebol. A criança tinha o rosto brilhante o tempo inteiro, e não havia cabelo nenhum para esconder sua felicidade radiante.
Nem acredito que estava com tantas dúvidas sobre esse corte de cabelo estúpido,eu pensei para mim mesma.
Ela foi para o trabalho comigo no Dia de Levar o Filho ao Trabalho, e toda gente pensou que ela era um menino.
Eu gentilmente os corrigi, ela não está nem aí, e eu fiquei com vontade de chorar outra vez.
E é dessa maneira que tem sido o último mês. Estou numa montanha-russa de emoções sobre o aspecto da minha filha – na realidade, sobre como as outras pessoas a olham – e como eu me sinto sobre isso.
Eu lhe sugeri usar brincos, para que as pessoas possam ver que ela é uma menina. Ela aceitou usar os brincos mais vezes, mas me relembrou que ela não se importa com o que as outras pessoas acham.
“Você disse que não importa o que as outras pessoas pensam.”
Eu disse que ela era maravilhosa, e pedi desculpas por andar com dificuldades sobre isso.
“Eu não sei porque isso me incomoda, Emma,” eu confessei, “mas tenho tanto orgulho de você conseguir ser autêntica, não interessa como eu lido com isso.”
“Você está pensando que as pessoas acham que você falhou na educação de uma filha,” ela responde com absoluta certeza.
“Você é tão inteligente.”
“É, acho que eu deveria ser uma terapeuta, ou algo parecido.”
Como eu poderia não explodir de tanto orgulho?
Eu imagino se é aí que está o problema, ou pelo menos parte dele.
Enquanto mães, muitas de nós têm o horrível hábito de ligarmos os nossos filhos a nós mesmas, mesmo depois de cortar o cordão umbilical. Os sucessos dos nossos filhos são nossos sucessos, e suas falhas são nossas falhas. A maneira como os outros vêm meus filhos é a maneira como me vêm também. Nos sentimos orgulhosos dos nossos filhos – ou envergonhados – como se eles fossem um reflexo direto de nós.
O grande problema, a verdadeira revelação para mim, é que eu estava dando valor ao quando bonita minha filha era.
Ser bonito é importante.
Eu poderia dizer que não importa. Eu poderia estar absolutamente convencida de que ser bonito é fútil. Mas eu também já disse várias vezes que todos nós somos belos, o que dá a entender que isso afinal de contas é importante.
Talvez Emma já saiba de algo que eu não sei: a diferença entre bonito e belo.
Ela é uma artista, e adora estar rodeada de cor, luz e luxo. “Não consigo evitar”, ela me disse uma vez, na sacada de um hotel de cinco estrelas. “Eu me sinto melhor quando estou rodeada de coisas belas!” Mas ela não tem interesse em ser atraente.
Eu admito que me importo. Não vou me envergonhar disso, a vergonha não faz bem a ninguém. Eu gosto de me sentir bonita, e estou condicionada por um conjunto específico de normas sobre o que é ser atraente. É aqui onde me encontro agora.
Mas eu também estou:
… aprendendo a separar minhas crianças da minha própria imagem.
… querendo continuar expandindo minha definição de beleza.
… examinando o valor que atribuo à beleza.
… continuando a abrir mão, deixando ir, quando se trata dos meus filhos.
Meu nome é Britt Reints e sou especialista em felicidade, e o meu objetivo é encontrar maneiras práticas de ajudar as pessoas a serem mais felizes. Faço isso através de coaching, palestras, e escrevendo livros.